segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Queen ao vivo


Ainda sem condições de escrever sobre o show... Talvez daqui a alguns dias.

Por enquanto deixo vocês com os versos de Roger Taylor (mal traduzidos por mim):

Um sonho, uma alma, um prêmio, um objetivo
Um olhar de ouro do que deveria ser
Um facho de luz que mostra o caminho
Nenhum mortal pode ganhar esse dia
O sino que soa dentro da sua mente
Está a desafiar as portas do tempo
A espera parece eternidade
O dia vai raiar de sanidade
Só pode haver um
Esta fúria que dura mil anos
Logo estará terminada
Esta chama que queima dentro de mim
Estou aqui em harmonias secretas
É um tipo de magia...

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Chacoalhando o universo


O novo álbum do Queen, The Comos Rocks, foi recebido com muita desconfiança pelo público em geral.
O título deve ser uma referência à tese de doutorado do guitarrista Brian May, astrofísico nas horas vagas.
O álbum é, para surpresa geral, muito bom.
É claro que se você nunca gostou de Queen, também não vai gostar desse disco.
A voz é de Paul Rodgers, não de Freddie Mercury, o que deixa tudo com um pouco mais de peso. A banda perde o vozeirão de Mercury para ganhar a pegada de Rodgers.
Paul é mais rock'n roll do que Freddie era.



Muitos dizem que não foi uma troca justa. Eu inclusive. Mas o que importa é o que essa formação do Queen consegue fazer hoje, e não o que a formação anterior fazia no passado.
Aliás, me recuso a chamar a banda de "Queen mais Paul Rodgers", como se uma banda trocar de vocalista fosse algum tipo de pecado mortal.
Se assim fosse, bandas como AC/DC, Black Sabbath, Barão Vermelho e muitas outras não teriam a carreira que têm (ou tiveram).
Freddie Mercury foi uma grande perda para a música mundial, mas o rock'n roll não morre com ele.
Nem com Jimi Hendrix, nem com Bon Scott, nem com Cazuza, nem vai morrer com Keith Richards (tá bom, foi um mau exemplo, já que Keith não vai morrer nunca mesmo).

O álbum The Cosmos Rocks, faixa a faixa:

1. Cosmos Rockin' é um excelente roquenrol rasgado. Quase um rockabilly no estilo de Tie Your Mother Down.
2. Time To Shine é um rock típico do Queen que acaba soando como Bad Company (por motivos óbvios), o que no fundo não faz diferença.
3. Still Burnin' é um power-blues marcante. Talvez seja a maior contribuição de Paul Rodgers até agora para o Queen.
4. Small é uma balada com equilíbrio entre Paul e Brian, junta muitas características da carreira dos dois músicos. Não impressiona muito, mas é de boa qualidade. Um pouco acima da média desses cantores e bandas que rolam por aí na mídia.
5. Warboys é um rock que remete ao álbum The Miracle, um dos últimos do Queen com Mercury.
6. We Believe é uma música lenta e melódica. Essa ficaria melhor na voz de Freddie.
Na falta dele, a banda faz o que pode... e consegue um bom resultado.
7. Call Me é um pop com uma pegada reagge. Um faixa inusitada e agradável.
8. Voodoo é um pop-blues que remete a alguns trabalhos do Bad Company. Brian May tem a chance de tocar algo que ele não tinha tocado com o Queen até então.
9. Some Things That Glitter é outra música lenta e melódica. Paul se dá bem nessa.
10. C-lebrity é um rock pesado mesclando as características mais roquenrol dos musicos com arranjos vocais típicos, adivinhem,... do Queen!
11. Through The Night é mais um pop blues onde a guitarra de Brian e a voz de Paul casam perfeitamente.
12. Say It's Not True é uma baladona, sentimental, feita sob medida para Roger Taylor cantar junto com o público. O baterista canta essa faixa no disco, relembrando o início da carreria do Queen quando ele e Brian também cantavam faixas nos álbuns.
13. Surf's Up... School's Out! é um rock'n roll do Queen. Não preciso acrescentar mais nada. Ah sim... acrescento que tem uma gaita de fundo.
14. Small [reprise] é uma versão mais curta da faixa homônima para encerrar o álbum num clima tranqüilo.

No final das contas, um álbum de inéditas à altura do nome do Queen. Um disco para se ouvir e gostar.
Para aqueles que ainda querem chorar a morte de Freddie Mercury, que chorem.
Para os verdadeiros amantes da música, Queen é ainda a soberana do rock'n roll.

The show must go on!

Vejo vocês na Arena dia 29/11.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Anistia para quem?

Anistia ampla, geral e irrestrita?!?
É um belo jargão para se gritar no aeroporto enquanto são recebidos de volta ao Brasil os exilados políticos.

Em 1979, em plena ditadura militar, governo de exceção, numa época em que as instituições desrespeitavam a constituição vigente na maior cara-de-pau,
foi promulgada a lei Nº 6.683 - DE 28 DE AGOSTO DE 1979 - DOU DE 28/8/79, promulgada pelo então presidente empossado por via não plenamente democrática, João Batista de Oliveira Figueiredo, que reproduzo um trecho abaixo.

Art. 1º É concedida anistia a todos quantos, no período compreendido entre 02 de Setembro de 1961 e 15 de Agosto de 1979, cometeram crimes políticos ou conexo com estes, crimes eleitorais, aos que tiveram seus direitos políticos suspensos e aos servidores da Administração Direta e Indireta, de fundações vinculadas ao poder público, aos Servidores dos Poderes Legislativo e Judiciário, aos Militares e aos dirigentes e representantes sindicais, punidos com fundamento em Atos Institucionais e Complementares (vetado).

§ 1º Consideram-se conexos, para efeito deste artigo, os crimes de qualquer natureza relacionados com crimes políticos ou praticados por motivação política.

§ 2º Excetuam-se dos benefícios da anistia os que foram condenados pela prática de crimes de terrorismo, assalto, seqüestro e atentado pessoal.


A oposição ao governo ditatorial do presidente Figueiredo comemorou esta lei. Acreditavam que o governo estava de alguma forma cedendo e assim deixando que diversos perseguidos políticos, exilados no exterior, pudessem retornar ao Brasil e retomar sua vidas.
A lei deixou claramente de fora os "terroristas", assaltantes, seqüestradores e assassinos. Esses nunca foram anistiados, apesar do mote da lei ser "anistia ampla, geral e irrestrita", havia e há diversas restrições quanto à natureza dos crimes cometidos. Somente os crimes "políticos" foram perdoados.
Basicamente não anistia ninguém que tenha participado da luta armada contra a ditadura.
Será que deixaram esse detalhe omisso para pegar os opositores da ditadura no contra-pé?
Na verdade não.
Eles estavam era salvando a própria pele de futuras retaliações contra os criminosos que agiram muitas vezes paralelamente ao governo ditatorial, e quase sempre com o consentimento de membros do alto escalão, generais que apoiavam o golpe e a manutenção do regime e outras figuras públicas.
Tortura não é nem citada na lei da anistia. Ainda tiveram o cuidado de colocar "crimes políticos ou conexo com estes" e ainda "por motivação política", desta forma deixando uma brecha enorme para interpretações subjetivas.

A lei simplesmente não anistiava coisa nenhuma, o que do ponto de vista jurídico estava correto. No entanto o que a opinião pública percebeu na época, e que perdura até hoje, é que estavam todos - torturadores, sequestradores, terroristas de ambos os lados e subversivos - livres para sempre.
Não é bem assim.

Se fosse assim, essa lei jamais poderia ter sido recepcionada pela Constituição de 1988. Teria sido assim anulada no momento da promulgação da nossa nova carta.

A Lei nº 9.455, de 7 de Abril de 1997 define os crimes de tortura.

Dentre outros parágrafos ela diz:

§ 6º - O crime de tortura é inafiançável e insuscetível de graça ou anistia.

Ou seja, a tal anistia não vale no nosso atual Estado de Direito.

A posição da AGU (Advocacia Geral da União) de não investigar esses crimes hediondos, imprescritíveis e inafiançáveis, conforme artigo da nossa Constituição vigente e lei infraconstitucional, é uma posição covarde e ilegal.
É preciso trazer à tona os nomes dos criminosos impunes até hoje. A sociedade tem o direito de saber quem são eles e o que fizeram.
Seus crimes são tão vis que ofendem toda a humanidade.
A OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) já enviou ofício pedindo a abertura dos arquivos e instauração de inquérito ao MP (Ministério Público Federal).

Se não houve crime por que há indenização para as vítimas? O crime foi do Estado? Então quem foram os agentes dos crimes?
O Governo Federal assume uma posição tão incoerente do ponto de vista ético quanto ilegal do ponto de vista jurídico.
Não é uma questão de revanchismo e sim de simples justiça.

O mundo continua mau.

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Prefeito do Rio

Após ler um post do blog da jornalista Cora Rónai, reproduzido no blog do jornalista Ricardo Noblat, resolvi escrever um pouco sobre a eleição para prefeito do Rio de Janeiro. (veja o post da Cora Rónai aqui)

Até que ponto a experiência administrativa de um chefe do executivo é importante?
Um prefeito é como um técnico de futebol.
Ele escala o time, orienta como o time deve atuar, aconselha individualmente cada jogador para que ele se integre à equipe e renda o máximo.
O técnico não precisa saber jogar bola.

O prefeito é a mesma coisa. Não precisa ser um engenheiro civil, arquiteto urbanista, sociólogo, economista, administrador, contador, médico, professor de educação física. Basta colocar cada uma desses especialistas na respectiva secretaria.
Ele precisa ter a visão do que seu governo pretende realizar, precisa coordenar os esforços das secretarias e, pricipalmente, precisa se cercar de secretários de boa qualidade técnica, ética e moral.

Essas características mais importantes estavam presentes na candidatura de Fernando Gabeira à prefeitura do Rio, estavam e estão ausentes em Eduardo Paes, candidato eleito para ser o prefeito da cidade por 4 anos.

Daqui a 2 anos, Lula não será mais presidente do Brasil e Sérgio Cabral pode deixar de ser governador do Estado do Rio.
O que restará da tão aclamada parceria da prefeitura com as outras esferas do executivo?
Restará o que sempre existiu, a fria letra da lei e as diretrizes orçamentárias definidas por ela.

Eduardo Paes venceu um pleito com uma margem que denota uma divisão da cidade. Vai governar sob o ranço da imprensa que apoiava seu adversário. Metade do tempo, a partir de 2010, sem os apoios importantes que o elegeram.
Fernando Gabeira perdeu nas urnas, mas ganhou uma notoriedade que não tinha.
De Deputado Federal esquisitinho, passou a ser a onda que quase chegou à prefeitura.

Para um jovem político tentando fortalecer sua carreira, Eduardo saiu no prejuízo. Poderia ter perdido agora e ganho mais tarde, sem precisar se "prostituir" politicamente como fez.
Gabeira poderia ter sido eleito e quebrado a cara na prefeitura.

Quem ganhou e quem perdeu?
Parece que é fácil dizer.

domingo, 19 de outubro de 2008

Culto sob a lona

Na última segunda-feira o verdadeiro Rock’n Roll foi detonado sob a lona do Circo Voador. A melhor banda nascida nos anos 80 fez um show curto e intenso. Foi a quarta apresentação de The Cult no Rio. As três primeiras haviam sido no Metropilitan/Qualquer-coisa Hall na Barra. Desta vez The Cult foi para onde deveria ter ido sempre, o templo do rock, que foi criado justamente para que sua geração se expressasse.

Eduardo, Cristine e eu na porta do Circo

Palco vazio antes do show.

A banda entrou no palco por volta das 22:30 e detonou, sem muito papo, 13 ou 14 músicas. Quase todas clássicas. O show era de lançamento do álbum novo Born Into This, mas tocaram apenas duas músicas novas.

Foi uma apresentação bem mais curta do que a do show anterior Return To Wild, quando executaram músicas de todos os álbuns da banda. Ian Astbury entrou de óculos escuros, um tanto frio. Economizou voz, como fez nos shows anteriores, para cantar as músicas novas com mais empenho do que as antigas.


A única interação dele com a platéia foi quando pediram o pandeiro e ele lançou. Minha amiga Cristine quase toma o pandeiro na cara, pois estava fotografando. Tentei pegar, mas um cara ao lado dela foi mais rápido.
Billy Duffy continua sendo um guitarrista brilhante. Peso e feeling na medida, o cara consegue passear entre o improviso e a precisão e reproduz as ótimas canções que fizeram do The Cult a banda mais querida de todos os grandes artistas da música nos anos 80.


O ponto forte foi o som. Intrumentos bem claros, guitarras com peso e distorção na medida. A banda é completada pelo excelente John Tempesta na bateria (ex-White Zombie e Testament), Mike Dimkich na guitarra, esse pouco utilizado pois Duffy toca “por dois”, mas deu conta do recado e estava visivelmente animado. No baixo, Chris Wyse, mostrou presença e técnica, tocando com e sem palheta.

The Cult – Born Into This set list
(de memória, correções são bem-vindas)

Lil' Devil
Rain
Sweet Soul Sister
Spirit Walker
Eddie (Ciao baby)
Illuminated
Fire Woman
Rise
The Phoenix
Diry Little Rockstar
Wild Flower
Love Removal Machine
(Bis)
Nirvana
She Sells Sanctuary


O público que encheu o Crico Voador saiu satisfeito. Com uma cara de “putz, podia ter mais 1 hora disso”. Valeu por poder ouvir rock na segunda-feira, reencontrar velhos amigos e ainda voltar cedo pra casa para trabalhar no dia seguinte. Toda segunda-feira deveria ser assim.

PS 1: Não consegui subir os videos. Vou tentar de novo mais tarde.
PS 2: Algumas fotos são minhas e outras (as melhores) da Cristine.

domingo, 24 de agosto de 2008

Saldo final dos Jogos

É triste ver um potencial esportivo como do Brasil ser negligenciado por décadas.
Talvez a única exceção seja mesmo o voleibol.
Mesmo perdendo o medalha de ouro para a equipe dos Estados Unidos no masculino, o voleibol se consagra com o esporte mais vitorioso do "país do futebol". E não é por acaso.

Alexandre Inagaki disse tudo o que eu queria dizer nesse post.
Vale a pena ler (inclusive as respostas aos comentários dos leitores).

Esporte é um investimento importante na imagem de qualquer país no exterior. É propaganda da melhor espécie.
Por aqui, o esporte é visto apenas como entretenimento nas escolas e simplesmente não existe nas universidades.
Enquanto essa cultura permanecer, nosso resultado nos Jogos Olímpicos ficará por aí, próximo do vigésimo lugar.

Brasil-sil-sil!

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Saldo parcial dos jogos

Mais um post olímpico para animar a madrugada.

Depois do bronze na vela, O Brasil segue na 35a. posição.

Veja alguns dos países que estão na nossa frente:
Etiópia (com 2 ouros e uma prata)
Cazaquistão
Zimbábue
Azerbaijão
Indonésia
Mongólia

Realmente bizarro.
Mas não se desespere, torcedor brasileiro. Mais um ouro e ficaremos colados na Etiópia.

Brasil-sil-sil!

Abençoadas por Éos

Essa madrugada olímpica teve uma emoção a mais para mim. Como alguns sabem, sou (ou fui) quase um velejador.

Acabamos de ganhar a primeira medalha olímpica das mulheres na vela. A primeira da vela feminina na história esportiva do Brasil.
Não foi por acaso.

Fernanda Oliveira e Isabel Swan chegaram na regata final na terceira posição geral, brigando por uma medalha de prata ou de bronze.
Nada estava garantido, mas as velejadoras brasileiras deram um show. Largaram muito bem e partiram para uma disputa pessoal contra as israelenses que tinham a quarta posição geral.
A primeira perna foi de contra-vento com aproximadamente 10 nós de vento.
As israelenses ganharam a primeira bóia, cruzando em primeiro lugar com as brasileiras em segundo. A segunda perna foi de popa.
O barco brasileiro se posiciou bem, exatamente atrás do barco de Israel, roubando um pouco do vento.

O vento se manteve praticamente constante durante toda a regata, ou assim pareceu (difícil dizer pois na raia estavam as melhores velejadoras do mundo, o que faz tudo parecer fácil). O barco da Espanha foi penalizado com um 360, provavelmente por alguma contestação de outro barco durante a prova. No começo da regata, as espanholas já tinha fechado um barco e tiraram um fino da popa de outro.

Quando sentiram que estavam mais rápidas, as brasileiras deram o jaibe escapando das israelenses e ultrapassando-as. Passaram então a fazer uma marcação ao barco adversário, mantendo-se na frente e fazendo o barco de Israel perder tempo.

A manobra mais bonita foi quando as brasileiras chegaram na segunda marca, duas boias formando um gate. Elas chegaram de balão com as israelenses na perseguição. Baixaram o balão de forma perfeita e ganharam mais água.

Enquanto isso, as australianas marcavam as holandesas. Para elas bastava chegar perto das holandesas para ganhar o ouro. Para o Brasil era preciso colocar 7 barcos entre nossas velejadoras e as da Holanda. As autralianas nos davam essa esperança até a metada da segunda perna.
Quando perceberam que precisavam apenas seguir as holandesas para garantir o ouro, relaxaram e as holandesas passaram.
O barco da Holanda fez uma grande regata, recuperando 3 posições e garantindo a prata.

Para as Israelenses era preciso passar o barco do Brasil e colocar outro barco entre elas, o que ficava cada vez mais improvável com os dois barcos, Brasil e Israel, disparados na frente.

Na terceira bóia, as brasileiras confirmaram a liderança da regata. Subiram novamente a vela balão para passar pela marca (outro gate) a velejar para a vitória de vento em popa.
Chegada sensacional em primeiro lugar na regata final, que valia o dobro dos pontos e foi disputada apenas pelas 10 melhores colocadas.

comemoração na água


Para comemorar, como de costume, as brasileiras viraram o veleiro 470 e deram um belo mergulho nas águas da baía de Qingdao. As holandesas Marcelien de Koning e Lobke Berkhout repetiram o gesto, chegando em quinto lugar na regata e comemorando a merecida medalha de prata.
O ouro ficou mesmo com as australianas Elise Rechichi e Tessa Parkinson, mas estas não deram o mergulho da vitória. A Austrália fez a dobradinha da classe 470 feminino e masculino, com os velejadores Nathan Wilmot e Malcolm Page, também medalha de ouro.

Medalha de bronze histórica da vela brasileira. A primeira medalha olímpica da vela conquistada por mulheres.

Com uma forcinha de Éos, deus grego dos ventos, houve um vento razoável neste dia e assim o Brasil pode escapar da loteria de uma regata sem vento e mostrar o seu valor. Valor que já vinha sendo reconhecido até pelas transmissões de outros países.

Parabéns para a nossa timoneira gaúcha Fernanda Oliveira e para a nossa proeira carioca Isabel Swan. Heroínas do esporte brasileiro.

Essa Olimpíada nos deu 2 marcos históricos até aqui: primeira medalha de ouro da natação do Brasil, com César Cielo e a primeira medalha da vela feminina com Fernanda/Isabel.

Começo a acreditar em uma medalha, talvez duas, de ouro no futebol.

Brasil-sil-sil!

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

O Nostradamus do Judas Priest


A clássica banda de heavy metal lança seu décimo sexto álbum de estúdio e traz a tona algo que não se via há muito tempo no cenário musical: um álbum duplo conceitual de rock.
Boiou? Não sabe do que eu estou falando?
Então você nunca deve ter ouvido The Dark Side Of The Moon do Pink Floyd ou Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band dos Beatles.
Já ouviu né?
Então é isso.

Judas Priest volta no tempo e lança algo que já estava extinto na música mundial.
Seu álbum Nostradamus é um CD duplo com 23 musicas para serem ouvidas juntas e na ordem. Resumindo: é um álbum.

O estilo é o velho Heavy Metal com algumas inserções novas, para o Priest, como teclados fazendo uma roupagem mais melodiosa, e algumas vezes sinfônica, para as guitarras de KK Downing e Glenn Tipton.

Rob Halford continua cantando muito bem. Sua voz varia dos médios melodiosos aos agudos estridentes, passando por gritos rascantes. Tudo isso com a elegância de sempre.
Desde sua volta à banda com o álbum anterior, Angel of Retribution, Halford provou que quem já foi rainha não perde a majestade.

O álbum soa bem.
As guitarras não têm aqueles arranjos dobrados característicos da banda, e sim um tom mais sombrio para acompanhar o tema do álbum. A voz de Halford interpreta bem e deixa a marca da banda em cada faixa. As composições têm qualidade muito acima da média atual do rock.
É Heavy Metal para iniciados e não iniciados. Nada muito agressivo, nem pasteurizado.

Novo álbum, nova turnê.
O sacerdote de Judas vai baixar por estas bandas em Novembro, com shows confirmados em São Paulo e Rio de Janeiro.
O site Ticketmaster está vendendo ingressos.

Vejo vocês no show.

sábado, 10 de maio de 2008

Mandando Bala - o filme


O ator britânico Clive Owen costuma fazer filmes bons e variados, como Closer - Perto Demais. Dessa vez ele embarcou no projeto do diretor roteirista Michael Davis. Davis faz esse Mandando Bala (Shoot'em Up) ser um filme de ação violento e engraçado ao mesmo tempo.
Contém os melhores ingredientes do gênero: assassinatos, tortura, linguagem chula, violência gratuita e cenas de sexo.
Aliás colocar a Monica Bellucci num filme e não filmar uma cena de sexo com ela é um desperdício imperdoável.


O filme tem ainda o excelente Paul Giamatti no papel do vilão que persegue o anti-herói rabugento do Clive Owen.


Sem querer revelar muito do filme, a história começa com o personagem Smith (Owen) tentando salvar uma mulher prestes a dar a luz que está sendo perseguida por assassinos armados.
Muita ação com clichês propositadamente exagerados para fazer rir e, claro, muito tiroteio. Uma estética que lembra histórias em quadrinho e filmes do James Bond. Tem muito a ver com O Troco (Payback) de Mel Gibson.
Os extras também são legais. Depois de ver as cenas deletadas, como sempre, me pergunto porque diabos tiraram estas cenas do filme.
Outro detalhe: a trilha sonora só toca heavy metal. Uns antigos e outros nem tanto, tais como Motörhead e Wolfmother.
Recomendo.

quinta-feira, 8 de maio de 2008

O bote da cobra


Depois de 20 anos de shows, ainda fico surpreso como um concerto de rock pode trazer felicidade instantânea para o coração.


Foi o que aconteceu no show do Whitesnake ontem no Citibank Hall.
A banda entrou no palco um pouco depois das 22h, dando um desconto para o jeitinho carioca de chegar atrasado. Não só por culpa dos cariocas, encarar o trânsito até a Barra no meio da semana não é mole. Entramos às 21h e a casa ainda estava vazia. Nessa hora deu um aperto no coração pois lembrei do último show do Cult no mesmo lugar que ficou "meio-cheio".
Porém ás 21:30, um bom público já enchia a casa e esperava ansioso pela banda.

Palco vazio antes do show.



Com um pé no hard rock inglês dos anos 70 e outro no heavy metal farofento dos Estados Unidos da década de 80, Whitesnake tem uma das mais longas carreiras do rock´n roll. Já tocaram outras 3 vezes no Rio. A primeira, nem preciso comentar, foi no Rock In Rio 1 em 1985. A segunda foi numa edição do Monsters Of Rock nos anos 90, quando tocaram na mesma noite que o Megadeth, e na terceira vez serviram recentemente de banda de abertura para o Judas Priest. Essa última apresentação foi frustrante para quem assistiu porque foi muito curta. Lamentavelmente cheguei atrasado e vi só o Priest...

Mesmo com uma longa carreira, muitos fãs e todo o sucesso nos anos 80, voltou a ser o que era no início, a banda de apoio para o cantor Coverdale. Apesar de algumas formações marcantes (com guitarristas do peso de John Sykes e Steve Vai ), Whitesnake é apenas a “banda-solo” do David Coverdale. Ele monta e remonta a banda quando quer e, a cada turnê, temos que ver e ouvir para crer. Muitas vezes ele acerta, mas fica sempre a impressão de que a formação anterior poderia ter rendido mais álbuns bons, mais canções memoráveis, se tivesse durado mais tempo.

Dessa vez eles impressionaram.

Coverdale montou essa encarnação do Whitesnake com dois guitarristas solo, Reb Beach e Doug Aldrich. Este último é também co-autor das músicas do álbum novo, Good To Be Bad, e é quem, na prática, executa a maioria dos solos no show com sua Gibson Les Paul.
Nos teclados está Timothy Drury que, além de ser a cara do Ian Gilan (segundo o Roney), já tocou com os Eagles e o Yes. A bateria está sob as baquetas precisas de Chris Frazier que já tocou com Steve Vai e no Edgar Winter Group. O baixista Uriah Duffy também surpreendeu pela pegada e presença de palco (leia-se presepada) e por ser alguém que já tocou com Christina Aguilera(argh!). Com exceção do baterista, todos fazem backing vocals.
Ah sim... e David Coverdale nos vocais.

Voz potente ajudada por excelentes backing vocals e efeitos de eco.


Coverdale continua sendo o melhor vocalista da história do rock (podem discordar se quiserem, seus hereges pagodeiros!). Além de cantar muito, tem ainda uma bela voz e grande presença de palco. Sabe concentrar a atenção da platéia e também sumir, deixando os músicos da banda brilharem, mesmo com ele no palco. Poupou a voz para soltar alguns agudos, mas principalmente para deixar o público cantar sucessos como Love Ain´t No Stranger, Fool For Your Loving, Is This Love e Here I Go Again.
Aliás o público foi um show à parte. Muita gente feliz, cantando muitas músicas. A alegria do público contagiou a banda que fez uma grande apresentação.
O repertório ficou concentrado nos sucessos da década de 80. Tocaram só uma dos anos 70: Ain´t No Love In The Heart of The City (sem contar as do Deep Purple).
Num determinado momento David apareceu com uma cobra de borracha na mão, falando algo sobre a “cobra branca”. Estava tão à vontade que não poupou o público de seus gestos obcenos preferidos como coçar o saco e masturbar o pedestal do microfone.

Uma pausa para os solos de guitarra conjuntos dos guitarristas deu um tom duelístico e pôde mostrar bem a técnica dos dois. Foi seguido da clássica Crying In The Rain.
O solo de bateria foi curto o bastante para ser interessante.

Guitarristas: solos conjuntos.


Bateria purpurinada.


Baixista: presépio e pegada.



Love Ain´t No Stranger. (veja outro video aqui).

The Deeper The Love no YouTube. Versão acústica como no Starkers In Tokyo.

Eu e Vanessa.


Roney, Eric, Carlos e eu.


As músicas do disco novo foram bem escolhidas. O hard rock Can You Hear The Wind Blow foi divertido por lembrar vagamente o Massacration no verso “Across the sea...”. A melhor das 3 tocadas foi mesmo Lay Down Your Love, um rock farofento e empolgante com um toque rhythm and blues, que soa familiar como um sucesso do Whitesnake. Um clássico instantâneo.
Para encerrar, David cantou Soldier Of Fortune à capela, seguida de Burn introduzida pelas duas guitarras tocando uma variação do riff. No meio rolou uma citação curta de Stormbringer. As três do Deep Purple, da época em que Coverdale foi o vocalista da banda.

Soldier of Fortune valeu um telefonema para o Bruno em Manaus, já que o Whitesnake não tocou essa no show de lá (leia aqui uma resenha).
Burn foi um belo encerramento, mas ainda prefiro a execução do Glenn Hughes no Circo Voador, mais fiel à versão do álbum homônimo do Deep Purple.
Ficou a sensação de um show intenso e emocionante, mas um tanto curto.
Contabilizando tudo, valeu muito o show. Ainda teve o bônus da ressurreição do Roney e as palhetas conseguidas por Eric e Carlos.
Público nota 10 e show idem.

Roney (ao fundo de braços erguidos): pinto no lixo renascido do inferno.


Espólio do Carlos.


Espólio do Eric.


Baqueta ao público.


Segue o Set List de memória (correções são bem-vindas):

01- Best Years (nova)
02- Fool For Your Loving
03- Bad Boys
04- Can You Hear The Wind Blow (nova)
05- Love Ain't No Stranger
06- Lay Down Your Love (nova)
07- Is This Love
(solos das guitarras)
08- Crying in the Rain
(solo de bateria)
09- Ain't No Love In the Heart of the City
10- The Deeper The Love
11- Give Me All Your Love Tonight
12- Here I Go Again
(bis)
13- Still of the Night
14- Soldier Of Fortune
15- Burn/Stormbringer


Até a próxima.

segunda-feira, 28 de abril de 2008

CQC

Hoje assisti pela primeira vez o programa CQC (Custe o Que Custar) da Band.
O programa da Band é uma reprodução do homônimo CQC (Caiga Quiem Caiga) da TV Telefe da Argentina.

Ancorado pele jornalista e humorista Marcelo Tas o programa desfia com muito humor e gozações, matérias jornalísticas de interesse geral.
A surpresa é que, mesmo fazendo gozação com tudo e com todos, conseguem produzir melhor jornalismo que a maior parte dos telejornais da televisão brasileira.
São poucas matérias, mas são muito bem feitas, sempre com um humor ácido e inteligente, tipicamente paulistano. Sarcasmo na medida certa.
Lembrou levemente o Casseta e Planeta dos tempos que eles sabiam fazer rir.

A cara de pau dos reporteres é um ponto forte no quesito humor e também ajuda no papel de imprensa.
Não desistem das matérias e vão até o ponto da desmoralização do entrevistado, quando este merece.
Tudo baseado nas perguntas, ora sérias ora engraçadas, que pegam os entrevistados de surpresa.

Alguém diria: e daí?
O Pânico faz isso a milênios, o Casseta e Planeta também ainda tenta fazer algumas coisa nesse sentido.
A diferença está no conteúdo realmente jornalístico do programa, que flui junto com as piadas.
A produção e qualidade técnica também surpreendem.

Além da qualidade jornalística e técnica, outro ponto forte do programa é a trilha sonora.
Como só vi um programa, não sei se é sempre a mesma.

A trilha de hoje estava sensacional. Só tocaram rocks: Kiss, Metallica, Led Zeppelin, Deep Purple e AC/DC. Contei cinco músicas difetrentes do AC/DC e duas do Deep Purple.

Ganharam no ato, mais um telespectador.

Recomendo.

terça-feira, 15 de abril de 2008

No rastro da cobra



Whitesnake vai tocar no Rio no dia 07 de Maio no CitiBank Hall, antigo Metropolitan na Barra da Tijuca.
Já garanti o meu lugar.

Curiosamente o ingresso do mesmo show em Manaus é bem mais bonito. Veja aqui.

O álbum novo do Whitesnake é bom. Chama-se Good To Be Bad.
Destaque para as faixas Good To Be Bad, All For Love e Can You Hear The Wind Blow, hard rocks bem a cara do Whitesnake. Um disco do Whitesnake sem baladas é algo inconcebível, e esse tem duas baladas de alta qualidade: Summer Rain e Til The End Of Time. Esta última a minha favorita do álbum.

A voz de David Coverdale soa bela como sempre, porém não tem a mesma textura homogênea de antigamente. E isso é notado justamente nas músicas mais lentas.
Nada que comprometa a qualidade, muito acima da média atual do rock mundial.

"Não sei aonde estou indo
mas com certeza sei onde estive
me agarrando nas promessas das canções de antigamente
E tomei minha decisão, não vou mais desperdiçar tempo
Mas aqui vou eu de novo, aqui vou eu de novo

Mesmo continuando a buscar uma resposta
Parece que nunca encontro o que procuro
Senhor, rezo para que me dê forças para continuar
Porque sei o que significa andar pela solitária rua dos sonhos

Aqui vou eu de novo sozinho
Seguindo pela única estrada que jamais conheci
Feito um errante eu nasci para andar só
E já me decidi, não vou mais desperdiçar tempo"
- Here I Go Again

É isso crianças.
Cobra que não anda não engole sapo.

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Paixão requentada

Tudo era mais simples agora, depois dos trinta. Bem depois dos trinta...
Mais simples do que quando se tem dezoito anos.
Ele deu-lhe um beijo na boca. Tímido no início, mas logo se tornou um baita chupão, daqueles bem babados. Sua mão direita segurou a nuca, a outra mão a envolvia pela cintura. Seus dedos por dentro dos cabelos curtos e negros dela.
Puxou-a firme contra o seu corpo enquanto prolongava o beijo. Sua língua viajava dentro daquela boca perfeita. Ela retribuía com paixão.
Teve uma ereção. Por um momento ficou constrangido por ela perceber. Um pensamento pueril, como no tempo em que os dois eram adolescentes. Depois considerou que suas ereções não eram mais como antigamente e que talvez ela nem tivesse sentido. Depois... dane-se! Era para sentir mesmo o seu pau duro. Duro como há muito não ficava.
Ela era uma paixão requentada, ele sabia. Mas paixões antigas, mesmo as que estão adormecidas podem ser poderosas. Mexem. Sacodem toda uma vida. Fazem voltar no tempo.
A paixão é algo que cresce mesmo quando você evita com todas as forças.
Estava tudo errado, mas e daí? Era bom e ele estava feliz.

Marcaram outro encontro. Num café no centro da cidade. Num ponto pouco movimentado, longe do trabalho dele.
Ele saiu do trabalho apressado e seguiu a pé até lá. Entrou na livraria, subiu as escadas para o café. Olhou em volta, não a viu de primeira. Um pensamento turvo logo surgiu: ela não me esperou.
Mas ela estava ali. Sentou-se na mesa e a cumprimentou com um beijo no rosto. Mantinham a postura de apenas amigos sempre que estavam em público. Havia um motivo para isso: ambos eram casados.
Ele pediu um capuccino. Nunca pedia um capuccino, mas queria algo maior do que um café expresso. Queria beijá-la.
Era estranho estar ali e não poderem se beijar. Foi o que ela disse. Ele concordou.
Ficou por alguns instantes olhando para o decote do vestido dela.
Ela usava um belo vestido longo. Branco e verde.
Quando percebeu que estava hipnotizado, olhou para o seu rosto. Ela deu um leve sorriso, mas não falou nada. Talvez ele tenha ruborizado, não tinha certeza.
Seus seios eram grandes, maiores do que ele se lembrava. Achou sexy. Queria beijá-la.
Conversaram sobre como poderiam se encontrar de novo. O encontro não durou muito. Saíram. Caminharam juntos. No meio da avenida pararam no sinal. Ele estava louco para beijá-la, mas no meio da avenida era muito arriscado. Nada de dar bandeira em público. Esse era o trato.

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Ozzy abala a Arena do Pan

Antes de falar do show, vou falar sobre o esquema da Arena.
É ruim.
Há um estacionamento amplo por R$15 a vaga. Porém não tem nenhum controle sobre o número da placa do carro. Qualquer um pode entrar, roubar um carro e sair dirigindo tranqüilamente. Os R$15? Não valem de nada.
Fiquei irritado com a lentidão para estacionar e resolvi cortar os 3 carros que iam na minha frente por fora.
Resultado do vandalismo: quase atropelei um dos flanelinhas da Arena. Ou melhor, "lanterninhas" da Arena. O cara chegou a colocar as duas mãos no capô do meu carro e gritar.
Os "lanterninhas" despreparados, atrapalham mais do que ajudam. A falta de sinalização adequada também complica a vida dos motoristas e do público.
O local tem solução, basta que seja administrado por alguém que entenda do assunto.
Estacionei longe pacas, nas últimas vagas.
O triste foi perceber que grande parte do estacionamento é em cima da curva da entrada da reta das arquibancadas do ex-Autódromo Nelson Piquet. Perdemos um autódromo para ganhar uma arena.


Quando entrei já tinha acabado o show do Black Label Society. Como nunca ouvi nada dessa banda e ainda perdi o show, ficarão sem comentários. Vou me atualizar sobre eles.

Começou o show do Korn, com uma meia dúzia de gatos pingados com camisas da banda empolgados.
Não confundir rodas de empurra-empurra com apreciação do show. Normalmente é ao contrário.
Acabou o show do Korn.
O único momento diferenciado no show foi uma citação de We Will Rock You no meio da música do Korn. Digo a música porque pareceu que eles tocaram a mesma música do início ao fim do show.
Depois do barulhento show do Korn veio o velhinho das trevas.


Rolou um video de introdução onde Ozzy se coloca no lugar de personagens famosos do cinema e da televisão. Ilário.

Ozzy entrou no palco por volta das 22:20.

Abriu o show com I Don`t Wanna Stop e tocou Bark At The Moon e Suicide Solution na seqüência.
Teve retorno. O público o saudava com gestos e gritos. Ozzy comandou a galera definindo os gestos que todos repetiam. Braços para o alto balançando, palmas, etc.
Ele parecia estar se divertindo de verdade.
Apresentou a banda, exigindo de maneira bem humorada mais apalusos para os músicos.
Ozzy anunciou a canção Mr. Crowley e o telcadista entrou tocando a introdução. Na hora de gritar "Mr Crowley" e começar a música, Ozzy fez uma longa pausa, só para brincar com o público que gritou sozinho. Depois entrou cantando e a banda o seguiu.
Sua voz mantém a assinatura que o consagrou. Mesmo com apoio de muitos efeitos, surpreendeu por ainda cantar bem. Enviei uma mensagem de texto para o meu amigo Bruno Borba em Manaus, para não perder o costume, e ele então pôde dormir em paz.
Essa música me lembra sempre a Sociedade Alternativa de Raul Seixas, pois cita o mesmo personagem real, Alesta Crowley. Ozzy e Raul tem tudo a ver.
Depois de tocarem Crazy Train, Zakk Wylde ficou sozinho no palco fazendo um solo de guitarra de mais de 10 minutos. Monótono e barulhento. Em alguns momentos citou Jimi Hendrix, mas passou só raspando.
Falaram bem desse guitarrista, mas pelo que vi, só valeu pela presença de palco e empolgação. Achei os efeitos de distorção escolhidos por ele muito confusos, o que atrapalhou o entendimento do que ele tocava na guitarra. Pode ter sido falha do som da Arena, por isso vou manter o cabeludo com créditos por enquanto.

Vocês querem No More Tears? Então toma!

Ozzy ainda teve presença para mudar o set list no meio do show quando a galera começou a gritar No More Tears.
Ele mandou: "What do you wanna hear?"
E o coro de No More Tears aumentou.
"Ok. No More Tears"
A banda levou uns 30 segundos para acertar os efeitos para baixo e para o tecladista se achar. Depois entrou. A canção que o público pediu foi bem executada, inclusive os efeitos pré-gravados dela.
As canções eram acompanhadas de vídeos ilustrativos. Um agrado para a geração MTV, na qual Ozzy apoia a sua ressurreição como estrela do rock.
Zakk entrou empunhando uma guitarra de dois braços, alá Jimmy Page, para tocar Mamma I'm Coming Home.
A guitarra de 12 cordas estava meio desafinada, mas o engenheiro de som percebeu e diminuiu um pouco, aumentando o teclado.



Atiraram um objeto no palco que chamou a atenção do Ozzy.
Ele pegou e colocou na cabeça, um arquinho com um par de chifrinhos vermelhos, daqueles apetrechos de carnaval. Pensei que ia comer, mas acho que ele jantou antes do show. Lembrou o Angus Young.
Usou um tempo e depois atirou de volta, rindo.
Num outro momento, mostrou a bunda para o público.

Baldes d'água para refrescar a galera. Ozzy repete o gesto de 1995.

Não sei quantos desse baldes acertaram meus amigos empuleirados na frente do palco, mas vou logo dizendo que em 95 Ozzy jogou um balde inteiro somente em mim, atendendo meu pedido com os braços erguidos. Falando em amigos, esse foi o show que reuniu a maior quantidade deles nos últimos 10 ou 12 anos. No outro show do Ozzy no Rio (sem contar o Rock In Rio 1, claro), haviam mais dois amigos que estavam presentes mas que também não viram o show. Chalreo em coma alcólico e Roney ao seu lado preocupado e tentando segurar a própria onda.

Rolaram 3 clássicos do Black Sabbath para alegrar a velha guarda (como eu): Iron Man, War Pigs e Paranoid. Faltou a minha preferida, N.I.B.

Zakk preparou um final apoteótico para o show.
No meio de Paranoid, teoricamente o último número, sentou na beira do palco, entregou a guitarra para o público e depois saltou do palco para pegar de volta.
Queria tocar no meio da galera, o que provavelmente renderia pelo menos mais um número no show.
Mas nem tudo são flores, principlamente porque o movimento hippie já acabou há 40 anos.
Um retardado puxou a guitarra para si e, num único golpe, quebrou o braço da guitarra na sua perna.
Zakk ficou extremamente puto. Frustrado por não conseguir o seu intento e desconsolado por terem quebrado sua guitarra de estimação.
Restou ao ultra-barbado guitarrista chorar no ombro do velhinho das trevas no centro do palco.
Ozzy dava tapinhas nas costas de Zakk enquanto esse balançava a cabeça, sem acreditar no que tinha acontecido.
Paranoid seguiu só com baixo e bateria. Ozzy cantou até o final e foi isso...
Como disse, eu não assisti o Black Label Society e pela cara do Zakk, ao final do show, acho que não vou assistir.
Foi um bom show. Poderia ser um evento histórico para a galera que estava ali vendo o Ozzy pela primeira vez, não fosse o incidente com a guitarra do Zakk. Sorte que foi no finalzinho do show. Valeu pela companhia de muitos amigos difíceis de reunir em um só lugar.
O coroado príncipe das trevas saiu consagrado por seus velhos e novos fãs depois de 2 horas de show onde se movimentou muito, pulando e dançando.
Pelo que mostrou no palco, mudou a minha idéia de que essa poderia ser sua última turnê. Acho que ainda pego uma "Last Sabbath Reunion" com ele.

"Milhões de pessoas vivendo como amigos, talvez não seja tão tarde para aprender a amar e esquecer como odiar."
- Crazy Train

A Arena

O set list completo para registro:

0. Video de introdução e Carmina Burana
1. I don’t wanna stop
2. Bark at the moon
3. Suicide solution
4. Mr. Crowley
5. Not going away
6. War pigs
7. Road to Nowhere
8. Crazy train
9. solo de Zakk Wylde
10. No More Tears
11. Iron Man
12. I Don’t Know
13. Here For You
14. I Don’t Wanna Change The World
Bis
15. Mama I’m Coming Home
16. Paranoid


Vejo vocês no Whitesnake.

quarta-feira, 12 de março de 2008

Iron Maiden no Palestra Itália (o show)

Entrada tranqüila e organizada. Cerveja cara, para variar.
A área da Pista Especial era bem pequena, o que minimizou a briga por lugar. Qualquer lugar era bom. E também deixou a Pista Normal mais próxima do palco do que eu esperava. Primeiro rolou um showzinho de abertura com a filha do Stevie Harris e sua banda. Lauren Harris cantou suas músicas e deu o seu recado. Não há muito o que comentar. Ela não tem uma grande voz, nem uma voz bonita, mas não desafina. Tanto a banda quanto as músicas estão mais para trilha sonora de Malhação. Um rock comercial e bobinho para pré-adolescentes. Muito cabelos esvoaçantes por parte do guitarrista e do baixista. Este último se esforçou para interagir com o público e foi até simpático.
Depois do show da filha mais velha do baixista do Iron Maiden (essa é a melhor definição para ela, acredite) veio o segundo susto. Caiu uma tremenda chuva.
Molhados
Por sorte a chuva durou apenas o intervalo para o Iron Maiden subir no palco e já tinha parado quando começou o video de introdução do show. No entanto deixou o palco encharcado. A banda entrou detonando Aces High e Bruce entrou derrapando pelo palco.
Seu microfone deu algumas falhadas durante a música, mas já na segunda música, 2 Minutes to Midnight, o som estava impecável.
O vocalista corria de um lado para outro e patinava na grande poça d'água que era o centro do palco. Ele parecia de divertir. Confesso que fiquei com medo dele tomar um estabaco e parar o show. Acabou fazendo uma pausa para que passassem o rodo no palco (literalmente). Bruce achou que o cara estava muito mole e ele mesmo pegou o rodo e passou.










Público bem jovem e renovado de São Paulo. Mais educado, no geral, do que o do Rio, mas um tanto menos animado (pelo menos ali na Pista Especial).




Bruce Dickinson teve o mérito de esticar várias notas para que sua voz sobressaísse sobre a voz do público, em várias músicas. Mostrou que sua garganta está em plena forma.








Fear of the Dark de longe.


Alguns dos videos que eu fiz. Só para dar um gostinho.

Introdução


Revelations


Can I Play With Madness?


Run To The Hills


Iron Maiden e Eddie no palco. Pausa para o bis.



Um show só de sucessos. O reportório me parece meio que escolhido pelos fãs da banda:
Intro - discurso de Wiston Churchill (presente na abertura do álbum Powerslave)
1. Aces High
2. 2 minutes to midnight
3. Revelations
4. The Trooper
5. Wasted Years
6. Can I Play with madness
7. Rime of the ancient mariner
8. Powerslave
9. The Number of the Beast
10. Heaven can wait
11. Fear of the Dark
12. Run to the Hills
13. Iron Maiden
bis
14. Moonchild
15. Clairvoyant
16. Hallowed be thy name

Quase perfeito. Tirando duas ou três canções e colocando outras como Running Free ou Flight of Icarus ficaria perfeito.

Mesmo para quem já havia assistido o Iron Maiden ao vivo 3 vezes, uma delas com o Blaze Bailey (argh!) nos vocais e ainda 2 shows solos do Bruce Dickinson e um show do Paul D'ianno no Circo Voador (ufa!), esse show foi eletrizante. Melhor do que o do Rock In Rio 3, apesar da grandiosidade do festival (e também pelo stress que vivi naquele show, um dia eu conto). Rivalizou com a última apresentação do Maiden no Rio, no Metropolitan (acho que era na época chamado Claro Hall). Enfim um grande concerto da melhor banda de heavy metal da história.
Me faltou um pouco de manha para tirar fotos melhores e filmar decentemente, prometo melhorar no próximo.

Sobreviventes


Em breve Ozzy Osbourne, o velhinho das trevas, estará dando o que pode ser o seu último rolé pelo mundo. Vou vê-lo para me despedir.

Up the irons!