segunda-feira, 28 de abril de 2008

CQC

Hoje assisti pela primeira vez o programa CQC (Custe o Que Custar) da Band.
O programa da Band é uma reprodução do homônimo CQC (Caiga Quiem Caiga) da TV Telefe da Argentina.

Ancorado pele jornalista e humorista Marcelo Tas o programa desfia com muito humor e gozações, matérias jornalísticas de interesse geral.
A surpresa é que, mesmo fazendo gozação com tudo e com todos, conseguem produzir melhor jornalismo que a maior parte dos telejornais da televisão brasileira.
São poucas matérias, mas são muito bem feitas, sempre com um humor ácido e inteligente, tipicamente paulistano. Sarcasmo na medida certa.
Lembrou levemente o Casseta e Planeta dos tempos que eles sabiam fazer rir.

A cara de pau dos reporteres é um ponto forte no quesito humor e também ajuda no papel de imprensa.
Não desistem das matérias e vão até o ponto da desmoralização do entrevistado, quando este merece.
Tudo baseado nas perguntas, ora sérias ora engraçadas, que pegam os entrevistados de surpresa.

Alguém diria: e daí?
O Pânico faz isso a milênios, o Casseta e Planeta também ainda tenta fazer algumas coisa nesse sentido.
A diferença está no conteúdo realmente jornalístico do programa, que flui junto com as piadas.
A produção e qualidade técnica também surpreendem.

Além da qualidade jornalística e técnica, outro ponto forte do programa é a trilha sonora.
Como só vi um programa, não sei se é sempre a mesma.

A trilha de hoje estava sensacional. Só tocaram rocks: Kiss, Metallica, Led Zeppelin, Deep Purple e AC/DC. Contei cinco músicas difetrentes do AC/DC e duas do Deep Purple.

Ganharam no ato, mais um telespectador.

Recomendo.

terça-feira, 15 de abril de 2008

No rastro da cobra



Whitesnake vai tocar no Rio no dia 07 de Maio no CitiBank Hall, antigo Metropolitan na Barra da Tijuca.
Já garanti o meu lugar.

Curiosamente o ingresso do mesmo show em Manaus é bem mais bonito. Veja aqui.

O álbum novo do Whitesnake é bom. Chama-se Good To Be Bad.
Destaque para as faixas Good To Be Bad, All For Love e Can You Hear The Wind Blow, hard rocks bem a cara do Whitesnake. Um disco do Whitesnake sem baladas é algo inconcebível, e esse tem duas baladas de alta qualidade: Summer Rain e Til The End Of Time. Esta última a minha favorita do álbum.

A voz de David Coverdale soa bela como sempre, porém não tem a mesma textura homogênea de antigamente. E isso é notado justamente nas músicas mais lentas.
Nada que comprometa a qualidade, muito acima da média atual do rock mundial.

"Não sei aonde estou indo
mas com certeza sei onde estive
me agarrando nas promessas das canções de antigamente
E tomei minha decisão, não vou mais desperdiçar tempo
Mas aqui vou eu de novo, aqui vou eu de novo

Mesmo continuando a buscar uma resposta
Parece que nunca encontro o que procuro
Senhor, rezo para que me dê forças para continuar
Porque sei o que significa andar pela solitária rua dos sonhos

Aqui vou eu de novo sozinho
Seguindo pela única estrada que jamais conheci
Feito um errante eu nasci para andar só
E já me decidi, não vou mais desperdiçar tempo"
- Here I Go Again

É isso crianças.
Cobra que não anda não engole sapo.

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Paixão requentada

Tudo era mais simples agora, depois dos trinta. Bem depois dos trinta...
Mais simples do que quando se tem dezoito anos.
Ele deu-lhe um beijo na boca. Tímido no início, mas logo se tornou um baita chupão, daqueles bem babados. Sua mão direita segurou a nuca, a outra mão a envolvia pela cintura. Seus dedos por dentro dos cabelos curtos e negros dela.
Puxou-a firme contra o seu corpo enquanto prolongava o beijo. Sua língua viajava dentro daquela boca perfeita. Ela retribuía com paixão.
Teve uma ereção. Por um momento ficou constrangido por ela perceber. Um pensamento pueril, como no tempo em que os dois eram adolescentes. Depois considerou que suas ereções não eram mais como antigamente e que talvez ela nem tivesse sentido. Depois... dane-se! Era para sentir mesmo o seu pau duro. Duro como há muito não ficava.
Ela era uma paixão requentada, ele sabia. Mas paixões antigas, mesmo as que estão adormecidas podem ser poderosas. Mexem. Sacodem toda uma vida. Fazem voltar no tempo.
A paixão é algo que cresce mesmo quando você evita com todas as forças.
Estava tudo errado, mas e daí? Era bom e ele estava feliz.

Marcaram outro encontro. Num café no centro da cidade. Num ponto pouco movimentado, longe do trabalho dele.
Ele saiu do trabalho apressado e seguiu a pé até lá. Entrou na livraria, subiu as escadas para o café. Olhou em volta, não a viu de primeira. Um pensamento turvo logo surgiu: ela não me esperou.
Mas ela estava ali. Sentou-se na mesa e a cumprimentou com um beijo no rosto. Mantinham a postura de apenas amigos sempre que estavam em público. Havia um motivo para isso: ambos eram casados.
Ele pediu um capuccino. Nunca pedia um capuccino, mas queria algo maior do que um café expresso. Queria beijá-la.
Era estranho estar ali e não poderem se beijar. Foi o que ela disse. Ele concordou.
Ficou por alguns instantes olhando para o decote do vestido dela.
Ela usava um belo vestido longo. Branco e verde.
Quando percebeu que estava hipnotizado, olhou para o seu rosto. Ela deu um leve sorriso, mas não falou nada. Talvez ele tenha ruborizado, não tinha certeza.
Seus seios eram grandes, maiores do que ele se lembrava. Achou sexy. Queria beijá-la.
Conversaram sobre como poderiam se encontrar de novo. O encontro não durou muito. Saíram. Caminharam juntos. No meio da avenida pararam no sinal. Ele estava louco para beijá-la, mas no meio da avenida era muito arriscado. Nada de dar bandeira em público. Esse era o trato.

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Ozzy abala a Arena do Pan

Antes de falar do show, vou falar sobre o esquema da Arena.
É ruim.
Há um estacionamento amplo por R$15 a vaga. Porém não tem nenhum controle sobre o número da placa do carro. Qualquer um pode entrar, roubar um carro e sair dirigindo tranqüilamente. Os R$15? Não valem de nada.
Fiquei irritado com a lentidão para estacionar e resolvi cortar os 3 carros que iam na minha frente por fora.
Resultado do vandalismo: quase atropelei um dos flanelinhas da Arena. Ou melhor, "lanterninhas" da Arena. O cara chegou a colocar as duas mãos no capô do meu carro e gritar.
Os "lanterninhas" despreparados, atrapalham mais do que ajudam. A falta de sinalização adequada também complica a vida dos motoristas e do público.
O local tem solução, basta que seja administrado por alguém que entenda do assunto.
Estacionei longe pacas, nas últimas vagas.
O triste foi perceber que grande parte do estacionamento é em cima da curva da entrada da reta das arquibancadas do ex-Autódromo Nelson Piquet. Perdemos um autódromo para ganhar uma arena.


Quando entrei já tinha acabado o show do Black Label Society. Como nunca ouvi nada dessa banda e ainda perdi o show, ficarão sem comentários. Vou me atualizar sobre eles.

Começou o show do Korn, com uma meia dúzia de gatos pingados com camisas da banda empolgados.
Não confundir rodas de empurra-empurra com apreciação do show. Normalmente é ao contrário.
Acabou o show do Korn.
O único momento diferenciado no show foi uma citação de We Will Rock You no meio da música do Korn. Digo a música porque pareceu que eles tocaram a mesma música do início ao fim do show.
Depois do barulhento show do Korn veio o velhinho das trevas.


Rolou um video de introdução onde Ozzy se coloca no lugar de personagens famosos do cinema e da televisão. Ilário.

Ozzy entrou no palco por volta das 22:20.

Abriu o show com I Don`t Wanna Stop e tocou Bark At The Moon e Suicide Solution na seqüência.
Teve retorno. O público o saudava com gestos e gritos. Ozzy comandou a galera definindo os gestos que todos repetiam. Braços para o alto balançando, palmas, etc.
Ele parecia estar se divertindo de verdade.
Apresentou a banda, exigindo de maneira bem humorada mais apalusos para os músicos.
Ozzy anunciou a canção Mr. Crowley e o telcadista entrou tocando a introdução. Na hora de gritar "Mr Crowley" e começar a música, Ozzy fez uma longa pausa, só para brincar com o público que gritou sozinho. Depois entrou cantando e a banda o seguiu.
Sua voz mantém a assinatura que o consagrou. Mesmo com apoio de muitos efeitos, surpreendeu por ainda cantar bem. Enviei uma mensagem de texto para o meu amigo Bruno Borba em Manaus, para não perder o costume, e ele então pôde dormir em paz.
Essa música me lembra sempre a Sociedade Alternativa de Raul Seixas, pois cita o mesmo personagem real, Alesta Crowley. Ozzy e Raul tem tudo a ver.
Depois de tocarem Crazy Train, Zakk Wylde ficou sozinho no palco fazendo um solo de guitarra de mais de 10 minutos. Monótono e barulhento. Em alguns momentos citou Jimi Hendrix, mas passou só raspando.
Falaram bem desse guitarrista, mas pelo que vi, só valeu pela presença de palco e empolgação. Achei os efeitos de distorção escolhidos por ele muito confusos, o que atrapalhou o entendimento do que ele tocava na guitarra. Pode ter sido falha do som da Arena, por isso vou manter o cabeludo com créditos por enquanto.

Vocês querem No More Tears? Então toma!

Ozzy ainda teve presença para mudar o set list no meio do show quando a galera começou a gritar No More Tears.
Ele mandou: "What do you wanna hear?"
E o coro de No More Tears aumentou.
"Ok. No More Tears"
A banda levou uns 30 segundos para acertar os efeitos para baixo e para o tecladista se achar. Depois entrou. A canção que o público pediu foi bem executada, inclusive os efeitos pré-gravados dela.
As canções eram acompanhadas de vídeos ilustrativos. Um agrado para a geração MTV, na qual Ozzy apoia a sua ressurreição como estrela do rock.
Zakk entrou empunhando uma guitarra de dois braços, alá Jimmy Page, para tocar Mamma I'm Coming Home.
A guitarra de 12 cordas estava meio desafinada, mas o engenheiro de som percebeu e diminuiu um pouco, aumentando o teclado.



Atiraram um objeto no palco que chamou a atenção do Ozzy.
Ele pegou e colocou na cabeça, um arquinho com um par de chifrinhos vermelhos, daqueles apetrechos de carnaval. Pensei que ia comer, mas acho que ele jantou antes do show. Lembrou o Angus Young.
Usou um tempo e depois atirou de volta, rindo.
Num outro momento, mostrou a bunda para o público.

Baldes d'água para refrescar a galera. Ozzy repete o gesto de 1995.

Não sei quantos desse baldes acertaram meus amigos empuleirados na frente do palco, mas vou logo dizendo que em 95 Ozzy jogou um balde inteiro somente em mim, atendendo meu pedido com os braços erguidos. Falando em amigos, esse foi o show que reuniu a maior quantidade deles nos últimos 10 ou 12 anos. No outro show do Ozzy no Rio (sem contar o Rock In Rio 1, claro), haviam mais dois amigos que estavam presentes mas que também não viram o show. Chalreo em coma alcólico e Roney ao seu lado preocupado e tentando segurar a própria onda.

Rolaram 3 clássicos do Black Sabbath para alegrar a velha guarda (como eu): Iron Man, War Pigs e Paranoid. Faltou a minha preferida, N.I.B.

Zakk preparou um final apoteótico para o show.
No meio de Paranoid, teoricamente o último número, sentou na beira do palco, entregou a guitarra para o público e depois saltou do palco para pegar de volta.
Queria tocar no meio da galera, o que provavelmente renderia pelo menos mais um número no show.
Mas nem tudo são flores, principlamente porque o movimento hippie já acabou há 40 anos.
Um retardado puxou a guitarra para si e, num único golpe, quebrou o braço da guitarra na sua perna.
Zakk ficou extremamente puto. Frustrado por não conseguir o seu intento e desconsolado por terem quebrado sua guitarra de estimação.
Restou ao ultra-barbado guitarrista chorar no ombro do velhinho das trevas no centro do palco.
Ozzy dava tapinhas nas costas de Zakk enquanto esse balançava a cabeça, sem acreditar no que tinha acontecido.
Paranoid seguiu só com baixo e bateria. Ozzy cantou até o final e foi isso...
Como disse, eu não assisti o Black Label Society e pela cara do Zakk, ao final do show, acho que não vou assistir.
Foi um bom show. Poderia ser um evento histórico para a galera que estava ali vendo o Ozzy pela primeira vez, não fosse o incidente com a guitarra do Zakk. Sorte que foi no finalzinho do show. Valeu pela companhia de muitos amigos difíceis de reunir em um só lugar.
O coroado príncipe das trevas saiu consagrado por seus velhos e novos fãs depois de 2 horas de show onde se movimentou muito, pulando e dançando.
Pelo que mostrou no palco, mudou a minha idéia de que essa poderia ser sua última turnê. Acho que ainda pego uma "Last Sabbath Reunion" com ele.

"Milhões de pessoas vivendo como amigos, talvez não seja tão tarde para aprender a amar e esquecer como odiar."
- Crazy Train

A Arena

O set list completo para registro:

0. Video de introdução e Carmina Burana
1. I don’t wanna stop
2. Bark at the moon
3. Suicide solution
4. Mr. Crowley
5. Not going away
6. War pigs
7. Road to Nowhere
8. Crazy train
9. solo de Zakk Wylde
10. No More Tears
11. Iron Man
12. I Don’t Know
13. Here For You
14. I Don’t Wanna Change The World
Bis
15. Mama I’m Coming Home
16. Paranoid


Vejo vocês no Whitesnake.