quarta-feira, 12 de março de 2008

Iron Maiden no Palestra Itália (o show)

Entrada tranqüila e organizada. Cerveja cara, para variar.
A área da Pista Especial era bem pequena, o que minimizou a briga por lugar. Qualquer lugar era bom. E também deixou a Pista Normal mais próxima do palco do que eu esperava. Primeiro rolou um showzinho de abertura com a filha do Stevie Harris e sua banda. Lauren Harris cantou suas músicas e deu o seu recado. Não há muito o que comentar. Ela não tem uma grande voz, nem uma voz bonita, mas não desafina. Tanto a banda quanto as músicas estão mais para trilha sonora de Malhação. Um rock comercial e bobinho para pré-adolescentes. Muito cabelos esvoaçantes por parte do guitarrista e do baixista. Este último se esforçou para interagir com o público e foi até simpático.
Depois do show da filha mais velha do baixista do Iron Maiden (essa é a melhor definição para ela, acredite) veio o segundo susto. Caiu uma tremenda chuva.
Molhados
Por sorte a chuva durou apenas o intervalo para o Iron Maiden subir no palco e já tinha parado quando começou o video de introdução do show. No entanto deixou o palco encharcado. A banda entrou detonando Aces High e Bruce entrou derrapando pelo palco.
Seu microfone deu algumas falhadas durante a música, mas já na segunda música, 2 Minutes to Midnight, o som estava impecável.
O vocalista corria de um lado para outro e patinava na grande poça d'água que era o centro do palco. Ele parecia de divertir. Confesso que fiquei com medo dele tomar um estabaco e parar o show. Acabou fazendo uma pausa para que passassem o rodo no palco (literalmente). Bruce achou que o cara estava muito mole e ele mesmo pegou o rodo e passou.










Público bem jovem e renovado de São Paulo. Mais educado, no geral, do que o do Rio, mas um tanto menos animado (pelo menos ali na Pista Especial).




Bruce Dickinson teve o mérito de esticar várias notas para que sua voz sobressaísse sobre a voz do público, em várias músicas. Mostrou que sua garganta está em plena forma.








Fear of the Dark de longe.


Alguns dos videos que eu fiz. Só para dar um gostinho.

Introdução


Revelations


Can I Play With Madness?


Run To The Hills


Iron Maiden e Eddie no palco. Pausa para o bis.



Um show só de sucessos. O reportório me parece meio que escolhido pelos fãs da banda:
Intro - discurso de Wiston Churchill (presente na abertura do álbum Powerslave)
1. Aces High
2. 2 minutes to midnight
3. Revelations
4. The Trooper
5. Wasted Years
6. Can I Play with madness
7. Rime of the ancient mariner
8. Powerslave
9. The Number of the Beast
10. Heaven can wait
11. Fear of the Dark
12. Run to the Hills
13. Iron Maiden
bis
14. Moonchild
15. Clairvoyant
16. Hallowed be thy name

Quase perfeito. Tirando duas ou três canções e colocando outras como Running Free ou Flight of Icarus ficaria perfeito.

Mesmo para quem já havia assistido o Iron Maiden ao vivo 3 vezes, uma delas com o Blaze Bailey (argh!) nos vocais e ainda 2 shows solos do Bruce Dickinson e um show do Paul D'ianno no Circo Voador (ufa!), esse show foi eletrizante. Melhor do que o do Rock In Rio 3, apesar da grandiosidade do festival (e também pelo stress que vivi naquele show, um dia eu conto). Rivalizou com a última apresentação do Maiden no Rio, no Metropolitan (acho que era na época chamado Claro Hall). Enfim um grande concerto da melhor banda de heavy metal da história.
Me faltou um pouco de manha para tirar fotos melhores e filmar decentemente, prometo melhorar no próximo.

Sobreviventes


Em breve Ozzy Osbourne, o velhinho das trevas, estará dando o que pode ser o seu último rolé pelo mundo. Vou vê-lo para me despedir.

Up the irons!

terça-feira, 11 de março de 2008

Iron Maiden no Palestra Itália (parte 2)

A sede da torcida Mancha Verde é bem em frente à entrada da Pista do show e naquele domingo tinha jogo do Palmeiras contra o Corinthians. Não ali, mas no Morumbi.
A torcida foi se concentrando em frente a sua sede e logo já era tão grande quanto o aglomerado de fãs do Iron Maiden, pelo menos daquele lado do Palestra. Entre gritos de "Porco!" e "Maiden!" todos dividiram os espaços e botecos na maior paz.

Até os torcedores do Vasco e do Atlético Mineiro, vestindo camisas dos seus clubes, foram bem tratados.
Somente na hora de visitar a sede da Mancha é que foi exigida a retirada das camisetas, não porque eram de outros clubes, mas sim porque eram (coincidentemente) preto e brancas, cores do rival Corinthians.
Pouco antes de partir para o Morumbi, a Mancha Verde ainda deu uma demonstração de força, parando o trânsito brevemente para marchar e entoar seus gritos de guerra. Depois correram entre os carros fazendo um pseudo-arrastão. Só de onda, sem nenhum vandalismo ou violência.
Recebemos convite para ir assisisir o jogo no Morumbi, que era às 16h. Dava tempo, mas tínhamos acabado de almoçar e precisávamos tirar um cochilo para recuperar forças para o Maiden.
De qualquer forma, Heavy Metal dá sorte e o Palmeiras venceu o jogo naquela tarde.

Mancha Verde e metaleiros. Integração.

Depois de uma manhã regada a Skol e Itaipava (acredite se quiser, não bebemos Kaiser) e um almoço a quilo de boa qualidade, fomos procurar o nosso ônibus para tirar uma soneca.

Primeiro susto: os dois ônibus da nosa caravana tinham sumido e os motoristas estavam incomunicáveis, com os celulares desligados.
Sem alternativa, capotamos na primeira sombra.



As esmolas no boné são fake. Gracinha da Vanessa

Rolou um certo stress por causa da sumida dos ônibus. Alguns amigos tinham deixado os ingressos dentro do ônibus.
Algumas horas depois, os motoristas fizeram contato e explicaram que foram expulsos das vagas pela guarda-municipal.

Enquanto esperávamos pelo retorno dos ônibus, pintou a frase mais significativa da viagem. Estávamos sentados sob a sombra de uma amendoeira falando sobre bandas, shows etc. Quando Luciano (Luciano Vandalo, o organizador da caravana) disse:

"A banda mais coerente da história, mais 'true', é o Chiclete Com Banana. Até hoje eles tocam a mesma música sem mudar nada, o vocalista usa a mesma barba e a mesma bandana na cabeça. Ele é o único cara com bandana que eu respeito. Chiclete é o AC/DC brasileiro."

Depois disso, apareceram os ônibus. Deixei a mochila, escondi pilhas extras para a máquina no sapato e partimos para o estádio. Isso eram umas 17:45.

Eu e Vanessa, prontos para o show.

(continua...) No próximo post, Iron Maiden ao vivo.

Jeff Healey 1966 - 2008

Poucos guitarristas na história tocaram com o feeling de Jeff.
Quando ele partiu, no dia 2 deste mês, vitimado por um câncer, o mundo da música perdeu um pouco de brilho.
Jeff Healey foi um dos melhores guitarristas que já vi/ouvi ao vivo. Tive a sorte de assistí-lo tocar duas vezes, uma delas na mesma noite que Robert Cray.

Jeff e seu estilo único de tocar guitara como se fosse um piano.

O primeio show que assisti dele foi no Morro da Urca. Um dos mais marcantes que já vi. Grande performance dele e de sua banda.
Lembro do susto que ele tomou quando uma fã subiu ao palco para lhe entregar flores e dar-lhe um beijo no rosto.
Healey pulou ao sentir o beijo. Ele era cego. E ninguém avisou da moça no palco.
Depois do show, enquanto grande parte do público fazia fila para pegar o bondinho para descer, ele e a banda passaram ao longo para pegar o outro bondinho. De repente todos na fila começaram a aplaudí-lo. Ele parou surpreso, sem saber o que estava acontecendo. Alguém da banda explicou sobre a fila.
Jeff parava a cada 3 ou 4 passos para acenar e agradecer os aplausos, visivelmente emocionado, assim como o público.
Uma noite memorável para um guitarrista inesquecível.

Jeff Healey passeou pelo pop, rock, blues e jazz. Nesse último estilo ele tocava também trompete.
Ficou famoso por sua versão de While My Guitar Gently Weeps dos Beatles que gravou em Hell To Pay, seu segundo e melhor álbum (IMHO).

While My Guitar Gently Weeps

Será sempre lembrado como o guitarrista que fazia da guitarra a sua forma melodiosa de expressão, tocando blues como poucos.
Deixou essa vida para se juntar à grande Jam Session no além.
Vai fazer falta.

segunda-feira, 10 de março de 2008

Em Brasília 21 horas

Brasília tem centros comerciais, muitos porteiros e pessoas normais. Não parece ter mudado muito nos últimos 11 anos.
Essa vai ser uma semana muito difícil.
Estou devendo (a mim mesmo) posts mais relevantes do que esse, mas o momento é pungente. Ao contrário do que canta o Zeca Baleiro, não há mais solidão no aeroporto que num quarto de hotel barato. O quarto ganha de goleada.
E pensar que no domingo passado eu estava feliz da vida no show do Iron Maiden em São Paulo.

segunda-feira, 3 de março de 2008

Iron Maiden no Palestra Itália (parte 1)

Essa saga começa em Novembro de 2007, quando foi confirmado que o Iron Maiden traria sua turnê, Somewhere Back In Time, para o Brasil, mas não tocaria no Rio. A única data que cairia num fim de semana era a de São Paulo. Bom porque, das 3 cidades, era a mais próxima, ruim porque... bem era num domingo e eu tinha que trabalhar na segunda-feira.
Tomada essa decisão de ir, eu e alguns amigos partimos para procurar os ingressos.
Não tinha mais. SOLD OUT 4 meses antes do show. Desistimos.
Entretanto, forças ocultas trabalhavam sorrateiramente para me levar para esse show do Iron Maiden. Entrei em contato com minha amiga Vanessa, metaleira profissional e ela estava em uma caravana cujo organizador ainda tinha ingressos de Pista Comum e lugar no ônibus.
Topei.
Há 2 semanas da data do show, as forças ocultas ainda trabalhavam a meu favor, um colega do trabalho conversava com outro cara pelo telefone. O cara tinha quebrado o pé e estava com 2 ingressos de Pista Especial (na frente do palco). Num passe de mágica nossos ingressos se transformaram em "vips".
Partimos sábado (dia 1 de Março) da Praça XV.

Vanessa, PC e nosso blue magic bus.

Desembarque em Sampa. 7 da manhã.

7:30 no Palestra Itália. Acredite ou não, tinha gente na fila desde o dia anterior.

Esse fenômeno da fila foi realmente intrigante. Para quê ficar na fila? Os ingressos já estavam comprados. A pista é livre, ou seja, não dá para "segurar" um lugar. Acho que, como todo brasileiro, metaleiro gosta de uma fila...
A fila cresce (mas não anda, lógico). São 10 horas da manhã e só vão abrir os portões às 3 da tarde. Show só às 19h.

Acabou virando uma diversão para os ocupantes da fila ficar saudando cada ônibus de viagem que chegava ao estádio com gritos de "Maiden! Maiden!". Chegava um ônibus a cada 5 ou 10 minutos. Vários desses ônibus, porém, eram de torcedores do Palmeiras. Mas isso eu conto mais adiante.

Nada para fazer a não ser beber cerveja e confraternizar com a galera. Muita gente com camisa do Vasco, da torcida Força Jovem, que adota o Eddie como símbolo, e também muita gente com a camisa da Galo Metal, torcida do Atlético Mineiro.
Mesinha improvisada com o cone "cedido" pela prefeiura de São Paulo.
Eu fui, uai!

(continua...)