quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Prefeito do Rio

Após ler um post do blog da jornalista Cora Rónai, reproduzido no blog do jornalista Ricardo Noblat, resolvi escrever um pouco sobre a eleição para prefeito do Rio de Janeiro. (veja o post da Cora Rónai aqui)

Até que ponto a experiência administrativa de um chefe do executivo é importante?
Um prefeito é como um técnico de futebol.
Ele escala o time, orienta como o time deve atuar, aconselha individualmente cada jogador para que ele se integre à equipe e renda o máximo.
O técnico não precisa saber jogar bola.

O prefeito é a mesma coisa. Não precisa ser um engenheiro civil, arquiteto urbanista, sociólogo, economista, administrador, contador, médico, professor de educação física. Basta colocar cada uma desses especialistas na respectiva secretaria.
Ele precisa ter a visão do que seu governo pretende realizar, precisa coordenar os esforços das secretarias e, pricipalmente, precisa se cercar de secretários de boa qualidade técnica, ética e moral.

Essas características mais importantes estavam presentes na candidatura de Fernando Gabeira à prefeitura do Rio, estavam e estão ausentes em Eduardo Paes, candidato eleito para ser o prefeito da cidade por 4 anos.

Daqui a 2 anos, Lula não será mais presidente do Brasil e Sérgio Cabral pode deixar de ser governador do Estado do Rio.
O que restará da tão aclamada parceria da prefeitura com as outras esferas do executivo?
Restará o que sempre existiu, a fria letra da lei e as diretrizes orçamentárias definidas por ela.

Eduardo Paes venceu um pleito com uma margem que denota uma divisão da cidade. Vai governar sob o ranço da imprensa que apoiava seu adversário. Metade do tempo, a partir de 2010, sem os apoios importantes que o elegeram.
Fernando Gabeira perdeu nas urnas, mas ganhou uma notoriedade que não tinha.
De Deputado Federal esquisitinho, passou a ser a onda que quase chegou à prefeitura.

Para um jovem político tentando fortalecer sua carreira, Eduardo saiu no prejuízo. Poderia ter perdido agora e ganho mais tarde, sem precisar se "prostituir" politicamente como fez.
Gabeira poderia ter sido eleito e quebrado a cara na prefeitura.

Quem ganhou e quem perdeu?
Parece que é fácil dizer.

domingo, 19 de outubro de 2008

Culto sob a lona

Na última segunda-feira o verdadeiro Rock’n Roll foi detonado sob a lona do Circo Voador. A melhor banda nascida nos anos 80 fez um show curto e intenso. Foi a quarta apresentação de The Cult no Rio. As três primeiras haviam sido no Metropilitan/Qualquer-coisa Hall na Barra. Desta vez The Cult foi para onde deveria ter ido sempre, o templo do rock, que foi criado justamente para que sua geração se expressasse.

Eduardo, Cristine e eu na porta do Circo

Palco vazio antes do show.

A banda entrou no palco por volta das 22:30 e detonou, sem muito papo, 13 ou 14 músicas. Quase todas clássicas. O show era de lançamento do álbum novo Born Into This, mas tocaram apenas duas músicas novas.

Foi uma apresentação bem mais curta do que a do show anterior Return To Wild, quando executaram músicas de todos os álbuns da banda. Ian Astbury entrou de óculos escuros, um tanto frio. Economizou voz, como fez nos shows anteriores, para cantar as músicas novas com mais empenho do que as antigas.


A única interação dele com a platéia foi quando pediram o pandeiro e ele lançou. Minha amiga Cristine quase toma o pandeiro na cara, pois estava fotografando. Tentei pegar, mas um cara ao lado dela foi mais rápido.
Billy Duffy continua sendo um guitarrista brilhante. Peso e feeling na medida, o cara consegue passear entre o improviso e a precisão e reproduz as ótimas canções que fizeram do The Cult a banda mais querida de todos os grandes artistas da música nos anos 80.


O ponto forte foi o som. Intrumentos bem claros, guitarras com peso e distorção na medida. A banda é completada pelo excelente John Tempesta na bateria (ex-White Zombie e Testament), Mike Dimkich na guitarra, esse pouco utilizado pois Duffy toca “por dois”, mas deu conta do recado e estava visivelmente animado. No baixo, Chris Wyse, mostrou presença e técnica, tocando com e sem palheta.

The Cult – Born Into This set list
(de memória, correções são bem-vindas)

Lil' Devil
Rain
Sweet Soul Sister
Spirit Walker
Eddie (Ciao baby)
Illuminated
Fire Woman
Rise
The Phoenix
Diry Little Rockstar
Wild Flower
Love Removal Machine
(Bis)
Nirvana
She Sells Sanctuary


O público que encheu o Crico Voador saiu satisfeito. Com uma cara de “putz, podia ter mais 1 hora disso”. Valeu por poder ouvir rock na segunda-feira, reencontrar velhos amigos e ainda voltar cedo pra casa para trabalhar no dia seguinte. Toda segunda-feira deveria ser assim.

PS 1: Não consegui subir os videos. Vou tentar de novo mais tarde.
PS 2: Algumas fotos são minhas e outras (as melhores) da Cristine.