sábado, 10 de maio de 2008

Mandando Bala - o filme


O ator britânico Clive Owen costuma fazer filmes bons e variados, como Closer - Perto Demais. Dessa vez ele embarcou no projeto do diretor roteirista Michael Davis. Davis faz esse Mandando Bala (Shoot'em Up) ser um filme de ação violento e engraçado ao mesmo tempo.
Contém os melhores ingredientes do gênero: assassinatos, tortura, linguagem chula, violência gratuita e cenas de sexo.
Aliás colocar a Monica Bellucci num filme e não filmar uma cena de sexo com ela é um desperdício imperdoável.


O filme tem ainda o excelente Paul Giamatti no papel do vilão que persegue o anti-herói rabugento do Clive Owen.


Sem querer revelar muito do filme, a história começa com o personagem Smith (Owen) tentando salvar uma mulher prestes a dar a luz que está sendo perseguida por assassinos armados.
Muita ação com clichês propositadamente exagerados para fazer rir e, claro, muito tiroteio. Uma estética que lembra histórias em quadrinho e filmes do James Bond. Tem muito a ver com O Troco (Payback) de Mel Gibson.
Os extras também são legais. Depois de ver as cenas deletadas, como sempre, me pergunto porque diabos tiraram estas cenas do filme.
Outro detalhe: a trilha sonora só toca heavy metal. Uns antigos e outros nem tanto, tais como Motörhead e Wolfmother.
Recomendo.

quinta-feira, 8 de maio de 2008

O bote da cobra


Depois de 20 anos de shows, ainda fico surpreso como um concerto de rock pode trazer felicidade instantânea para o coração.


Foi o que aconteceu no show do Whitesnake ontem no Citibank Hall.
A banda entrou no palco um pouco depois das 22h, dando um desconto para o jeitinho carioca de chegar atrasado. Não só por culpa dos cariocas, encarar o trânsito até a Barra no meio da semana não é mole. Entramos às 21h e a casa ainda estava vazia. Nessa hora deu um aperto no coração pois lembrei do último show do Cult no mesmo lugar que ficou "meio-cheio".
Porém ás 21:30, um bom público já enchia a casa e esperava ansioso pela banda.

Palco vazio antes do show.



Com um pé no hard rock inglês dos anos 70 e outro no heavy metal farofento dos Estados Unidos da década de 80, Whitesnake tem uma das mais longas carreiras do rock´n roll. Já tocaram outras 3 vezes no Rio. A primeira, nem preciso comentar, foi no Rock In Rio 1 em 1985. A segunda foi numa edição do Monsters Of Rock nos anos 90, quando tocaram na mesma noite que o Megadeth, e na terceira vez serviram recentemente de banda de abertura para o Judas Priest. Essa última apresentação foi frustrante para quem assistiu porque foi muito curta. Lamentavelmente cheguei atrasado e vi só o Priest...

Mesmo com uma longa carreira, muitos fãs e todo o sucesso nos anos 80, voltou a ser o que era no início, a banda de apoio para o cantor Coverdale. Apesar de algumas formações marcantes (com guitarristas do peso de John Sykes e Steve Vai ), Whitesnake é apenas a “banda-solo” do David Coverdale. Ele monta e remonta a banda quando quer e, a cada turnê, temos que ver e ouvir para crer. Muitas vezes ele acerta, mas fica sempre a impressão de que a formação anterior poderia ter rendido mais álbuns bons, mais canções memoráveis, se tivesse durado mais tempo.

Dessa vez eles impressionaram.

Coverdale montou essa encarnação do Whitesnake com dois guitarristas solo, Reb Beach e Doug Aldrich. Este último é também co-autor das músicas do álbum novo, Good To Be Bad, e é quem, na prática, executa a maioria dos solos no show com sua Gibson Les Paul.
Nos teclados está Timothy Drury que, além de ser a cara do Ian Gilan (segundo o Roney), já tocou com os Eagles e o Yes. A bateria está sob as baquetas precisas de Chris Frazier que já tocou com Steve Vai e no Edgar Winter Group. O baixista Uriah Duffy também surpreendeu pela pegada e presença de palco (leia-se presepada) e por ser alguém que já tocou com Christina Aguilera(argh!). Com exceção do baterista, todos fazem backing vocals.
Ah sim... e David Coverdale nos vocais.

Voz potente ajudada por excelentes backing vocals e efeitos de eco.


Coverdale continua sendo o melhor vocalista da história do rock (podem discordar se quiserem, seus hereges pagodeiros!). Além de cantar muito, tem ainda uma bela voz e grande presença de palco. Sabe concentrar a atenção da platéia e também sumir, deixando os músicos da banda brilharem, mesmo com ele no palco. Poupou a voz para soltar alguns agudos, mas principalmente para deixar o público cantar sucessos como Love Ain´t No Stranger, Fool For Your Loving, Is This Love e Here I Go Again.
Aliás o público foi um show à parte. Muita gente feliz, cantando muitas músicas. A alegria do público contagiou a banda que fez uma grande apresentação.
O repertório ficou concentrado nos sucessos da década de 80. Tocaram só uma dos anos 70: Ain´t No Love In The Heart of The City (sem contar as do Deep Purple).
Num determinado momento David apareceu com uma cobra de borracha na mão, falando algo sobre a “cobra branca”. Estava tão à vontade que não poupou o público de seus gestos obcenos preferidos como coçar o saco e masturbar o pedestal do microfone.

Uma pausa para os solos de guitarra conjuntos dos guitarristas deu um tom duelístico e pôde mostrar bem a técnica dos dois. Foi seguido da clássica Crying In The Rain.
O solo de bateria foi curto o bastante para ser interessante.

Guitarristas: solos conjuntos.


Bateria purpurinada.


Baixista: presépio e pegada.



Love Ain´t No Stranger. (veja outro video aqui).

The Deeper The Love no YouTube. Versão acústica como no Starkers In Tokyo.

Eu e Vanessa.


Roney, Eric, Carlos e eu.


As músicas do disco novo foram bem escolhidas. O hard rock Can You Hear The Wind Blow foi divertido por lembrar vagamente o Massacration no verso “Across the sea...”. A melhor das 3 tocadas foi mesmo Lay Down Your Love, um rock farofento e empolgante com um toque rhythm and blues, que soa familiar como um sucesso do Whitesnake. Um clássico instantâneo.
Para encerrar, David cantou Soldier Of Fortune à capela, seguida de Burn introduzida pelas duas guitarras tocando uma variação do riff. No meio rolou uma citação curta de Stormbringer. As três do Deep Purple, da época em que Coverdale foi o vocalista da banda.

Soldier of Fortune valeu um telefonema para o Bruno em Manaus, já que o Whitesnake não tocou essa no show de lá (leia aqui uma resenha).
Burn foi um belo encerramento, mas ainda prefiro a execução do Glenn Hughes no Circo Voador, mais fiel à versão do álbum homônimo do Deep Purple.
Ficou a sensação de um show intenso e emocionante, mas um tanto curto.
Contabilizando tudo, valeu muito o show. Ainda teve o bônus da ressurreição do Roney e as palhetas conseguidas por Eric e Carlos.
Público nota 10 e show idem.

Roney (ao fundo de braços erguidos): pinto no lixo renascido do inferno.


Espólio do Carlos.


Espólio do Eric.


Baqueta ao público.


Segue o Set List de memória (correções são bem-vindas):

01- Best Years (nova)
02- Fool For Your Loving
03- Bad Boys
04- Can You Hear The Wind Blow (nova)
05- Love Ain't No Stranger
06- Lay Down Your Love (nova)
07- Is This Love
(solos das guitarras)
08- Crying in the Rain
(solo de bateria)
09- Ain't No Love In the Heart of the City
10- The Deeper The Love
11- Give Me All Your Love Tonight
12- Here I Go Again
(bis)
13- Still of the Night
14- Soldier Of Fortune
15- Burn/Stormbringer


Até a próxima.