quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Fim do Ira! e interdição de Nasi


Logo após o lançamento do seu último disco "Invisível DJ", álbum que veio no rastro do "Acústico MTV", bancado pela própria emissora, a banda Ira! surpreendeu seu público ao interromper a turnê do disco.
Anunciaram umas "férias".
Logo depois o vocalista Nasi (Marcos Valadão) informava à imprensa que estava deixando a banda.

Show 'Invisível DJ'


Até aí, tudo normal.
Bandas acabam a toda hora, e nessa primeira década do século XXI já se foram várias.

Só que a coisa se mostrou um pouco mais complicada no caso do Ira!.

O empresário da banda, e irmão de Nasi, Airton Valadão Júnior, tomou as dores da banda, na esperança talvez do Ira! continuar sem Nasi.
Nasi pediu uma revisão nas prestações de contas da banda, o que ofendeu o irmão empresário. Ultrajado, Airton articulou junto à família contra o irmão vocalista.

O pai de Nasi entrou com uma Interdição contra o filho. Numa tentativa de assumir o controle jurídico e patrimonial de Nasi.
Parece claro que o irmão Airton tenta impedir a auditoria de Nasi sobre as contas da banda.

Os outros membros da banda se escondem e não opinam sobre o caso. Edgar Scandurra, que várias vezes ameaçou deixar a banda, hoje se faz de vítima da "loucura" de Nasi. E diz que a banda deve continuar sem o vocalista.

Scandurra e Nasi, líderes do Ira!


Como todos sabem, em 1997 Nasi se internou, por vontade própria, numa clínica de reabilitação para se livrar do vício de cocaína. Depois de completar o tratamento, Nasi ingressou num grupo de apoio para ex-viciados que chegou a coordenar.
Nasi apresenta seu exame toxicológico para a imprensa, onde mostra que está "limpo". Alega que desde o dia que entrou na clínica de reabilitação nunca mais usou cocaína. E vai mais além, desafia os outros integrantes do Ira! e até seu irmão, empresário da banda, a apresentar um exame desses para a imprensa.

Nasi pode não usar mais cocaína, mas consome bastante álcool.
Uma ligação para o irmão Airton, gravada após o anúncio de sua saída da banda, mostra claramente que ele estava bêbado e furioso. Ameaçou e xingou o irmão com veemência.
Num momento de porre, esse tipo de comportamento é até compreensível. Explica, mas não justifica.
Serviu apenas de argumento para o pedido de interdição da família contra Nasi.

Aqui cabe uma consideração: consumir álcool não é ilegal, mas fazer ameaças sim.

De toda essa baixaria da família Valadão, resta para o mundo da música o final de uma banda importante do rock brasileiro.

Scandurra anunciou que eles continuam, com o nome provisório de Trio.
Sinceramente não acredito em sobrevivência para o restante da banda, não por falta de qualidade técnica, mas sim pelo desgaste que já era grande entre todos os membros.

Mais um golpe duro no bom e velho rock´n roll.
De repente rola um Ira! reunion daqui a uns 10 anos.

terça-feira, 13 de novembro de 2007

10 anos de Rastropop no Odisséia

Segunda-feira chuvosa, nada para fazer... na verdade tinha sim.
A festa de comemoração de 10 anos da Rastropop, com shows das bandas Cabaret e Netunos, rolou no Teatro Odisséia.

O Cabaret se apresentou com empolgação, mas com alguns problemas no som. Os problemas foram sendo solucionados ao longo da apresentação.
Foi legal ver o novo guitarrista da banda em ação em sua segunda apresentação com a banda (a primeira apresentação tinha sido na noite anterior, no próprio Teatro Odisséia). Phil Spider (Felipe Aranha) foi adicionado à banda, dando mais consistência ao som hard-rock do Cabaret ao vivo e poupando o vocalista de tocar guitarra em alguma músicas.

Phil Spider no centro do palco.



Cabaret fez um show curto, para uma platéia um tanto surpresa. Mais público de boate (festa) do que de rock'n roll.

Marvel em pose "heterossexual sensível".


Os Netunos tocaram em seguida. Descarregaram seu rock-surf-music anos 60 com energia.





Vocalista do Cabaret se empolga e sobe no palco para cantar com os Netunos.


Os shows foram intercalados por diversos DJs, entre eles um tal de Taw. Como pra mim DJ é igual bunda, todo mundo tem, mas poucas são realmente gostosas, não fazia muita diferença. O som dos DJs foi razoável, nada que irritasse, mas também nada além do normalzinho.
No terceiro andar rolava uns VJs com vídeos e mais gente do que no térreo. Com o rock rolando embaixo, nem perdi tempo com o terceiro andar.

Não fiquei para ver o último show Taw + Groove Box, afinal era segunda-feira.

Programa legal para um segunda-feira meio morta. O saldo acabou positivo. O Cabaret com duas guitarras deve ganhar mais consistência sonora, à medida que o novo guitarrista for ganhando confiança.

Rolou ainda um CD promocional com várias bandas do selo Rastropop. A conferir.

DJs, VJs e afins, não obrigado. Eu quero é rock!

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Fotos da travessia Rio - Ilha Grande

Conforme prometido, seguem as fotos da viagem.

A tripulação do Koala: eu, Adriano e Paulo.


Navegando ao amanhecer, firme no rumo.


Esquece o Abraão, vamos para Palmas. Perdido?


Adriano, o gárgula.


Manhã cinza na Ponta Grossa (final da restinga).


Minha vez de dormir. Sistema Bercinho em ação.


Palmas.


Praia Grande, Palmas.


Paulo acordando na enseada de Palmas.


Partindo de Palmas.


Deixando o paraíso.


Adriano passeando na proa.


Velejar é preciso.


Rumo à Ponta Leste.


Paulo no contra-peso.


Adriano e sua pescaria.


Até a próxima.

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Reggae em Palmas

Nesse fim de semana prolongado que passou, eu tinha duas opções: ficar no Rio e assistir ao Festival de Blues do Circo Voador ou viajar até a Ilha Grande de veleiro.
Balancei por causa do show do André Christóvam, que não vejo há muitos anos, mas fiquei com a segunda opção.

Saímos no veleiro do Adriano, o Koala, na quinta-feira por volta de meia-noite. Deixamos a Urca com a ameaça de sudoeste pairando sombriamente no ar. Bateu um sudoeste sim, mas foi fraquinho.
Fizemos turnos com 1 tripulante dormindo por vez. O primeiro a capotar foi o Paulo, que acordou por volta das 4:00, quando o Adriano sucumbiu ao sono. Por volta das 7:00, já de dia, foi a minha vez.
Adriano e Paulo ficaram com a melhor parte. Enquanto eu dormia bateu um vento norte forte, o que fez com que o Koala avançasse muito rápido pela Restinga da Marambaia. Quando eu acordei já tinha passado o vento e estávamos na Ponta Grossa.
No caminho decidimos ir para Palmas em vez de ir para o Abraão.

A chegada em Palmas foi tranqüila. Chegamos às 13h, ancoramos bem no canto esquerdo, perto da trilha para Lopes Mendes. Demos uma caminhada até a Praia Grande para almoçar no Camping do Alexandre. A coisa estava animada. Teria um showzinho de noite com uma banda que tocaria reggae, mpb e um pouco de forró, de acordo com uma das campistas.
O clima me lembrou aquela música "Um Lugar do Caralho" - gente bonita e super-chapada.

Trouxemos o Koala para dormir no lado direito de Palmas, para podermos passar a noite ali perto.
Desembarcamos no pier, mas o Adriano achou melhor ancorar o barco em frente ao camping, depois de alguns caiçaras botarem pilha que chegariam mais barcos de noite e nós não poderíamos deixar o barco atracado.
Essa ancoragem valeu um mergulho e uma nadada até a praia para o Adriano.
O Alexandre nos recebeu muito bem como sempre. Tomamos banho e ficamos por ali tomando umas cervejas até a hora do show.

A banda que tocou era formada por zabumba, caixote, violão, guitarra, baixo e flauta transversa. Os musicos se revezavam na zabumba, violão e vocais. Um deles tocou gaita também. Surpreenderam pela qualidade, tocando reggaes em inglês e português (muita gente pedindo Roots, numa referância ao Natirruts), algumas MPBs como Jorge Ben Jor e alguns xotes. Rolou até um blues do Baia e Rockboys. Tudo a ver.

Lá pelas tantas, depois de jantarmos uma porção de peixe frito com algumas cervejas, o Paulo se animou de ir buscar a garrafa de uísque no barco. Foi nadando, pois o Alexandre do camping não achou o bote dele para nos emprestar.
Numa determinada hora, eu já havia dado umas apagadas de copo na mão, mas resolvi não dormir mais e sim "transcender".

Entre besteiras e frases bêbadas, curtimos um som muito bem tocado e com boa qualidade do equipamento, apesar da aparência meio improvisada da apresentação. Ajudou a galera a se soltar, dançando e se divertindo. Iluminação de tochas na areia e noite com temperatura agradável.
Tocaram até a última pessoa de pé, mas nós tivemos que ir dormir antes do fim.
Mais uma nadada até o barco para o Adriano.

A travessia Rio - Ilha Grande cobra o seu preço.
Mas é barato para a beleza da Ilha.
Acordar num dia ensolarado em Palmas e partir para Angra velejando é como aquela propaganda de cartão de crédito.

PS: assim que o Paulo me mandar as fotos eu publico aqui.