sexta-feira, 18 de junho de 2010

Brasil-sil-sil

Negligenciei o assunto Copa do Mundo até agora porque, até pouco antes da Copa começar, eu já estava de saco cheio de tanto ouvir falar dela, da África, da África do Sul, etc. Informações massificadas, marteladas nos olhos e ouvidos dos espectadores até sair pelo ladrão.
Depois que a bola começou a rolar, me interessei mais.

Eu acompanho Copa do Mundo desde a da Argentina em 1978. Tudo bem que eu era criança e não percebi muita coisa, então vamos contabilizar a da Espanha 1982 como a primeira.
Essa história todo mundo conhece (quem não conhece é porque não gosta de futebol).
Depois veio a do México de 1986, ainda com um resto de esperança da torcida brasileira. Mesmo técnico, time já decadente, semi-remodelado.

Comecei a perceber uma coisa sobre seleção brasileira. Teorias da conspiração à parte, a seleção é montada de forma cíclica.
Há sempre uma primeira seleção renovada, uma espécie de time em evolução.
Na Copa seguinte esse time está no auge. No auge dele, do que ele pode alcançar.
Na outra Copa o time está em decadência e já parcialmente renovado.

Vou dar alguns exemplos.
Em 1978 tínhamos um grande time. O Brasil ainda tentava definir uma nova forma de jogar que amadureceria na Copa seguinte, quando tivemos uma grande renovação no time, mais por conta de diversas contusões (Roberto Dinamite foi a mais marcante).
Desembarcamos em 1982 com um timaço. No auge.
Em 1986 já era o time em decadência.

Em 1990 era o novo time. Ainda com problemas típicos de uma equipe em amadurecimento agravados por um comando pífio.
Duvida?
Então compare a escalação dos reservas e titulares de 1990 com a do time campeão de 1994 e você vai entender.

Em 1998 era o resto de 1994. Fracasso anunciado, somando-se alguns problemas extra-campo do Ronaldo, sua crise na véspera da final. Mesmo assim chegamos na final.

Em 2002 ainda tínhamos alguns de 1998 - Rivaldo e Ronaldo (o ressurrecto fenômeno) estavam lá. Um comando firme nos trouxe a Copa.
Aqui minha teoria esbarra numa exceção. O time em fase de renovação levou o título.

Em 2006 era (teoricamente) o auge. Porém o oba-oba dos jogadores milionários, farristas e vaidosos nos derrotou.

Agora estaríamos na fase decadência. Só que um novo fator mudou a trajetória.
Dunga.
Parece que nosso técnico decidiu tomar a seleção só para ele e assumir qualquer fracasso ou vitória pessoalmente.
É o fator Mulo. (ver trilogia A Fundação, de Isaac Asimov)

O ciclo pode ser quebrado.
É tudo tão estranho que talvez consigamos um Hexa agora e mais um Hepta no Brasil em 2014.

Estou torcendo.

Um comentário:

Bruno disse...

Sinceramente acho que vai rolar alguma "força externa" para impedir o hexa nesta copa (teoria da conspiração total). Porque em 2014 não tem como evitar o título.

A gente iria disparar muito na frente dos outros e iria acabar com qualquer tipo de rivalidade.