sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Faith No More


Faith No more é uma banda curiosa. A primeira vez que ouvi uma música deles foi no começo dos anos 90. Achei estranho, mas não ruim. Havia uma mistura diferente de rock pesado com funk e outras coisas não identificáveis, mas que, apesar dos elementos, não parecia nada com os clássicos Cream ou Deep Purple.
O Faith No More só chamou a atenção por conta do vocalista Mike Patton quen entrou na banda em 1989, quando lançaram o álbum The Real Thing.
Excelente álbum que eu tive até em vinil – na época eu jurava que era o álbum de estréia da banda, mas depois descobri que eles já tinham mais dois álbuns anteriores. Um deles com o hit We Care A Lot.

Os vi ao vivo pela primeira vez no Rock In Rio 2, em 1991 no Maracanã, na mesma noite do Guns’N Roses. Aliás o Faith No More e o Guns’N Roses foram as duas bandas mais emblemáticas do rock dos anos 90 - apesar de terem surgido nos anos 80 ainda - fora do ‘movimento’ grunge. Bandas de qualidade impulsionadas por uma MTV jovem e verdadeira.
A última vez que os assiti foi na abertura do primeiro show do Ozzy no Metropolitan (se não me falha a memória foi em 1995). A banda não foi bem recebida pelo público de heavy metal – Patton havia abdicado do visual college-top-long-hair e estava com um visual marombado, sem camisa, de cabelo raspado, muito esquisito para uma banda de rock em noite de heavy metal.

Apesar de Patton ser o terceiro vocalista da banda, hoje o Faith No More é Mike Patton e sua banda. A presença e liderança do vocalista é praticamente a única coisa que os coloca meio metro acima do bem e do mal.

Mike Patton - presença.


Fui assistí-los novamente ontem no CitiBank Hall – o mesmo lugar da última vez que os vi. Decidi de última hora pois o Faith No More não me diz mais muita coisa, mas havia a esperança de que tocassem muitas músicas de The Real Thing, então achei que valia a pena.
Eles realmente tocaram muitos hits desse álbum, mas não foi por isso que valeu a pena.
A satisfação da banda por tocar no Rio e a satisfação do público lotando a casa foi algo que não apenas surpreendeu, mas renovou as esperanças no roquenrol.

Billy Gould - baixo marcante.

Só para destacar alguns momentos, Patton cantou um pedacinho de ‘Ela É Carioca’ e a banda mandou ‘Falling To Pieces’ no bis – uma canção que foi pedida em coro pela platéia no final do show; nem estava no set list e, talvez por isso, a banda deu uma atravessada no final da música.

Jon Hudson - peso e melodia.

Sobre a banda, foi legal rever a formação quase clássica. Senti falta da cabeleira e da velocidade do guitarrista Jim Martin - substituído por Jon Hudson depois de algumas outras tentativas da banda para encontrar um guitarrista - e foi emblemático ver o baterista Mike Bordin com os mesmos cabelos longos cheios de dreads... grisalho! O cara é uma máquina.

Sobre o Citibank Hall apenas a reclamar da enorme fila para comprar o ingresso. As bilheterias são muitos lentas. Por isso o começo do show foi atrasado em mais de uma hora.
O shopping Via Parque continua péssimo para atender ao público do rock. Vários estabelecimentos da praça de alimentação ficaram sem chopp e foi difícil conseguir um copinho (Lei Seca my ass). Tive que rebater um comentário de que nesses dias eles vendem muito mais chopp do que o normal – errado. Eles vendem a mesma coisa, já que não tem capacidade para vender mais.

Para uma banda que tocava War Pigs (também pedida pelo público, mas não atendido ontem) só para fazer graça, numa época em que o Black Sabbath era uma piada de mau gosto, o Faith No More envelheceu bem e continua sendo um grande show.

O rock sobrevive, mesmo debaixo das camadas de esquisitice do Faith No More a coisa está lá. I know the feeling, it is the real thing.

(fotos roubadas do UOL)

4 comentários:

vagner duarte disse...

Fala carinha, li seu post. Foi bem legal, principalmente o final (it is the real thing). Eu sou fã pra caraleo , mas tenho q deixar isso de lado). Ontem foi intenso e achei que tava com muitos buracos (foi o que eu pude ver da 1a fila). Deve ter sido um transtorno mesmo a venda, pois às 21:10 estava absurdamente vazio. Pensei: "q falta de respeito pela banda"... Mas o públic respondeu. Disso eu tinha certeza. Foi MUITO legal eles terem tocado Falling. Botaram a cara e tocaram mesmo sem ensaiar. Há 12 anos pelo menos eles não a tocavam ao vivo. Eles não gostam mais de tocá-la. O mike Bordin cantando foi muito engraçado.

Mas é isso. FODA PRA CARALEO e agora é SP amanhã!!!!

Austregésilo disse...

Foi fodaaaaaaaaaaa

Bruno disse...

Acho que o Faith no More é apenas mais uma banda que marcou nossa adolescência/juventude. Hoje não faria nossa cabeça. Não concordo que esteja acima do bem e do mal :-)

Sorry...

Mas deve ter valido pelas lembranças dos velhos tempos.

Ogro disse...

Meio metro acima do bem e do mal é só para bandas que tenham pelo menos um disco perfeito (todas as músicas do disco) ou quase perfeito (uma música de tolerância).
'The Real Thing' é quase perfeito.