O fim de semana esportivo foi bem interessante.
O volei feminino ganhou o Grand Prix, o meu Vascão é líder da segundona, com direito a recorde de público no dia do aniversário do clube, e o piloto Rubens Barrichello finalmente venceu com sua Brawn e reassumiu a vice-liderança do mundial de F1.
De todos os resultados, o do Barrichello é o mais significativo. Tá bom... o volei foi campeão, mas era um título esperado, afinal somos o país do voleibol.
Só que um dia já fomos o país da Fórmula 1.
Como não conseguiu ao longo da carreira uma chance real de ser campeão, foi alvo de todo tipo de crítica da torcida brasileira. A maior parte dela merecida.
Depois do acidente que sofreu em 1994, nos treinos da corrida em que morreria Senna, tornou-se um piloto lento. Perdeu a vez. Porém insistiu, e está correndo até hoje.
É o recordista histórico em participações em GPs da F1.
Ontem conseguiu sua décima vitória, a primeira pilotando sua Brawn. As outras nove haviam sido pilotando a Ferrari.
Sempre achei o Barrichello um cara sem personalidade e sem sorte de campeão. Falta algo a ele. Ele fala com uma confiança exagerada, como se quisesse primeiro convencer a si mesmo de que é capaz de vencer, que está tudo bem com ele e com o carro. Já passou por fases de chororô na Ferrari, quando era instruído a dar passagem para Shumacher em algumas corridas, fazendo o claro papel de segundo piloto. No entanto não passava essa informação para o público brasileiro. Sempre buscando ocupar um lugar imaginário de ídolo do automobilismo. Virou chacota.
Ontem ele foi outro Barrichello.
Primeiro vou falar daquilo que não foi ele que fez:
1- A McLaren errou feio. Hamilton entrou nos boxes para reabastecimento e troca de pneus sem que sua equipe estivesse preparada. Perdeu uns 8 segundos nessa confusão. Barrichello o passou como era esperado, mas abriu muita diferença, acabando com as chances do atual campeão na corrida.
2- A Brawn não errou, mudou a estratégia na hora certa antecipando sua segunda troca de pneus em algumas voltas, em parte para evitar a troca com safety car (que acabou não entrando na pista) e principalmente porque já tinha uma vantagem suficiente para voltar na frente do Hamilton. Vantagem construída por Barrichello na pista.
O resto ficou a cargo do piloto. Barrichello fez uma corrida perfeita.
Largou em terceiro, segurou sua posição nas primeiras curvas e seguiu perto das McLarens de Hamilton e Kovalainen. Vinha com mais combustível para parar mais tarde e passou Kovalainen nos boxes, parou depois dele e voltou à frente do segundo piloto da McLaren.
Barrichello andou muito mais que todos. Seu companheiro de equipe, Jenson Button, largou mal fez algumas lambanças leves e depois recuperou um pouco, chegando em sétimo.
Até a Bélgica.