sexta-feira, 24 de agosto de 2007

Cabaret incendeia o Teatro Odisséia

Ontem foi a noite do Rock Baile do DJ Edinho no Tetaro Odisséia com a apresentação da banda Cabaret.
Tudo começou quando entramos cedo num Odisséia ainda vazio. Edinho soltou vários rocks e pop-rocks de diferentes eras da música. Me fez lembrar o saudoso DJ Zezinho (o original) do Mariuzinn. Edinho provou que preserva seu bom gosto até hoje, desde os tempos da Dr. Smith. Edinho não se rende ao óbvio. Todas as noites que tocam rocks são sempre a mesma coisa. Edinho não. Consegue surpreender mesmo tocando clássicos como Queen e Cream, nunca é aquela música batida que você ouve por aí. Satisfaction dos Rolling Stones? Não. O que rolou foi Gimme Shelter. E por aí vai.
Jantamos ali mesmo. A cozinha é boa e não é cara. Talvez seja a mesma da vizinha Choperia Brazooka.


Por volta de 1:00 da manhã a banda Cabaret subiu no palco. Abrindo o show com uma de suas ótimas baladas (para quem não sabe, balada é uma música lenta que conta uma história).

O vocalista Marvel (Márvio) não se intimidou com o reduzido público e saldou a platéia com "Vocês são ótimos. Pena que são tão poucos..."


Atendendo a pedidos, Marvel fez um strip-tease parcial e simulou sexo com o chão do Teatro Odisséia.

Mais tarde depois do show, troquei umas palavras com o guitarrista Peter Glitter (Pedro) e comentei sobre o público reduzido. Cabaret faz um rock para pessoas com um nível de exigência alto. Esse tipo de rock´n roll não atinge mais o público jovem na proporção das décadas de 90 e 80. Todo mundo ouve qualquer coisa hoje em dia e assim bandas ruins, com muito jabá, tocam insistentemente até atingirem um nível de vendas que compense o investimento da gravadora. Peter Glitter falava que há duas semanas a banda Rockz havia colocado um público maior nessa mesma festa. Me desculpem os fãs, mas Rockz é uma banda bem bobinha e fraca. Além da alegria e bom-humor, têm o mérito de não serem pretensiosos como outras bandas ruins que fazem sucesso por aí. A presença do Jota Quest tocando ao lado no Circo Voador pode ter contribuído para o esvaziamento do Odisséia. Além de tudo isso, apesar da fama, os cariocas trabalham na sexta-feira.

Voltando à apresentação do Cabaret: fizeram o melhor show que eu assisti deles até agora. Marvel tocou guitarra em mais músicas do que o costume e o som da banda ganhou uma outra dimensão ao vivo, soando mais próximo do CD.

Tocaram 3 ou 4 músicas novas, entre elas "Heterossexual" um rock que mantém o nível da banda nas composições, falando de alguém que parecia tão heterossexual, mas se revelou outra pessoa. Um tema que desafia a geração atual, com o toque de canalhice bem humorada característico da banda.

Muita interação com a platéia, confirmou o tom de festa do evento, sem descambar para a farofada.

Na foto acima, onde está Wally?


Marvel no meio do público que formou um corredor para sua "evolução".

Um final matador com "Deixa o Cadáver no Palco" e "Copacabana Full-time" deixou a platéia feliz.

Continua havendo algo de podre no reino da música brasileira. Antigamente, uma banda como essa já teria aberto as portas da mídia há muito tempo.

Mas ainda dá tempo. Se você ouvir uma banda com boas letras em português, tocando com energia, sentimento e técnica, e tiver vontade de deixar sua vida para trás, levando apenas algumas roupas e seu mp3 player, não se assuste. Aumente o volume para escutar melhor. É Cabaret.

4 comentários:

Bruno disse...

Triste tempo esse nosso. Cabaret colocar menos gente no Odisséia q o Rockz é uma pena. Acho q o Jota Quest no circo não roubou platéia, os públicos são completamente diferentes. Fazendo uma paródia daquele sambinha: Não deixem o Rock morrer...


Ps. Não consegui abrir as fotos.

Ogro disse...

Não sei o que houve com as fotos. Realmente não abrem para outra janela. Talvez por serem fotos pequenas (tiradas de longe) ou então por eu ter colocado muitas fotos no post.

Anônimo disse...

Consegui ver as fotos e perdi o show... Avisa na próxima vez,ok?

Ogro disse...

Tati, achei que esse show era muito tarde pra vc. Quando tiver outro eu te chamo.